A minissérie 10 Segundos Para Vencer conta a história do bicampeão mundial de boxe Éder Jofre, interpretado por Daniel de Oliveira. Com estreia marcada para o dia 8 de janeiro, após O Sétimo Guardião, na Globo, a produção é um desdobramento do filme homônimo, dirigido por José Alvarenga Jr., e conta com cerca de 20 minutos de material inédito. As cenas mostram Jofre dividido entre as carreiras de desenhista e lutador, até que acaba escolhendo o boxe. Treinado pelo pai, Kid Jofre (Osmar Prado), o pugilista foi o primeiro brasileiro a lutar nos Estados Unidos e a conquistar o título de campeão mundial.
— Desde o início, o projeto foi pensado como uma série e a consequência disso é que nós filmamos um material inédito para que fosse incorporado à minissérie, só não sabíamos quando iria ao ar. Tem alguns dramas que o filme não pode abordar em função do seu tempo, como, por exemplo, o conflito entre o pai do Kid Jofre e o Parnassus (Victor Laplace), que era o organizador das lutas nos Estados Unidos — adianta José Alvarenga Jr.
Segundo Daniel de Oliveira, a minissérie merece ser vista por mais pessoas. Afinal, Éder Jofre está entre os dez melhores pugilistas do mundo, no Hall da Fama, em Nova York. O lutador participou de 81 lutas, teve 75 vitórias, 4 empates e 2 derrotas, por pontos. Aliás, o título da produção faz referência aos 10 segundos que o atleta tem para se levantar após a queda, uma contagem que Éder nunca ouviu.
— Que bom que virou minissérie, porque muitos vão assistir! Infelizmente, o cinema não tem esse alcance aqui no Brasil. Vem os Vingadores e acabam com a gente e os filmes brasileiros saem de cartaz para os americanos, principalmente. Agora, dá para ampliar, colocar cenas que não estiveram no longa e levar o nome de Éder Jofre adiante. Isso é importante porque o Éder está aí, vivo. Ele foi na pré-estreia em São Paulo e foi lindo — conta Daniel de Oliveira.
Em quatro episódios, a história também aborda os conflitos de Éder com a namorada e depois esposa Cida (Keli Freitas), que sofria ao vê-lo machucado após as lutas. Além disso, retrata em cenas inéditas a relação da mãe do lutador, Angelina (Sandra Corveloni), com a nora.
— Temos todo o conflito da mãe do Éder com a nora com relação ao que é se casar com um lutador. Tudo porque ele está o tempo todo lutando, sofrendo mutilações e essa é uma questão que a gente aborda na série e que no filme não foi retratado — explica o diretor.
A minissérie também conta com uma parte documental, com depoimentos inéditos, como o do japonês Masahiro Harada, de 82 anos, que foi o único a derrotar Éder. E do comentarista de boxe Newton Campos, que fala sobre a admiração do também lutador Mike Tyson pelo brasileiro. Para Osmar Prado, é um dos heróis nacionais do esporte.
— Foi um momento mágico, aos 71 anos de idade, poder fazer Kid Jofre no cinema. Eu tinha 13 anos quando o Éder se consagrou campeão, então, era um grande herói na época. Nós éramos muito felizes. Costumo dizer que nós tínhamos o Éder campeão, o Pelé artilheiro de 1958, a Esther Bueno no tênis, democracia, comida, prazer... Nós éramos felizes e não éramos ricos — relata Osmar Prado.