O relatório produzido para traçar um panorama dos impactos da enchente no setor cultural do Rio Grande do Sul foi apresentado nesta terça-feira (11) na Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa do Estado. Foram obtidas 1.868 respostas até o dia 28 de maio para entender como os profissionais da cultura e instituições culturais tiveram seus trabalhos afetados.
Ao todo, foram 242 eventos cancelados ou adiados, como o Noite nos Museus e o Palco Giratório, ambos transferidos para outras datas. Somente em Porto Alegre, 86 espaços com atividades ou com acervo cultural foram afetados fisicamente pela enchente, como a Cinemateca Paulo Amorim, que ficou alagada. No interior e na Região Metropolitana, 60 locais relataram danos, como a Casa de Cultura de Cachoeirinha, também inundada.
A maioria dos profissionais da cultura e instituições culturais que responderam ao questionário atua no setor da música (20,7%). Também há integrantes das artes cênicas (11,5%), da gestão, produção cultural (8,1%), artes visuais (6,3%), culturas populares (4,1%), circo (2,3%), artesanato (1,7%) e outras atividades (26,9%).
— A enquete mostra que a maior parte das pessoas são profissionais que trabalham na cultura e têm na cultura sua única fonte de renda. Temos uma preocupação por estarmos vivendo um novo apagão na área cultural, como aconteceu na pandemia. As pessoas pedem auxílio, bolsa, alguma medida que possa mitigar esse problema — diz Vitor Ortiz, gestor cultural da Voz Cultural e um dos proponentes do relatório.
O documento foi produzido pela Voz Cultural, Festipoa Literária, Instituto de Cultura da PUCRS e jornal Matinal. Contou com apoio do Comitê Liberart RS - Programa Nacional dos Comitês de Cultura -, Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da AL-RS e Conselho Municipal de Cultura de Porto Alegre.