O governo do Estado planeja colocar a cultura como uma das prioridades nesta retomada após a enchente. Uma das ações para exemplificar tal movimento foi anunciada nesta sexta-feira (7): um investimento de R$ 25 milhões, por meio do Banrisul, para auxiliar na recuperação do setor cultural do Rio Grande do Sul.
O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa realizada no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, o Margs, que fica na Praça da Alfândega, no Centro Histórico de Porto Alegre. Na ocasião, estavam presentes o governador Eduardo Leite, a secretária de Cultura do Estado, Beatriz Araújo, o presidente do Banrisul, Fernando Lemos, entre outras autoridades. Lemos, por sinal, enfatizou que esta foi a maior doação já realizada pelo banco para a área da cultura.
A principal fatia, de R$ 15 milhões, será destinada para a recuperação de instituições vinculadas à Secretaria de Cultura atingidas pela enchente. Além do Margs, a Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), a Cinemateca Paulo Amorim (que fica na CCMQ), o Memorial do Rio Grande do Sul, o Museu da Comunicação Hipólito José da Costa (MuseCom) e a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) serão beneficiadas, além do Museu Estadual do Carvão, localizado em Arroio dos Ratos, na Região Carbonífera.
Conforme o presidente do Banrisul, o valor já estará disponível para resgate por parte da Sedac neste sábado (8). Lemos enfatiza ainda que o banco distribuirá R$ 5 milhões por meio de um edital complementar de patrocínios para projetos culturais. O Festival de Cinema de Gramado e a Feira do Livro de Porto Alegre estão inclusos. Os segmentos contemplados serão: artes plásticas, circo, dança, cinema, exposições, festivais de música, fotografia, música, orquestra, teatro, entre outros.
Um festival também foi anunciado, com a intenção de promover emprego emergencial aos profissionais gaúchos que atuam no circo, na dança e no teatro. A programação do evento, que deve ocorrer de 19 a 27 de julho, inclui 15 espetáculos, que devem ser realizados no Theatro São Pedro e no Multipalco. Há interesse em levar apresentações a outros municípios. As inscrições serão abertas ainda em junho.
— Na pandemia, a cultura foi a primeira a parar e a última a voltar. Agora, também foi a primeira a parar, mas será a primeira a retornar — afirmou Lemos.
Durante a coletiva, o governador Eduardo Leite também revelou que o Estado está trabalhando para proporcionar mais apoio ao setor cultural. Uma parceria com o Sebrae-RS está sendo firmada e, a partir dela, haverá apoio técnico com consultoria, além de um aporte de R$ 59,5 milhões — sendo R$ 3 mil para microempreendedores individuais (MEI) e até R$ 10 mil para pequenos empresários. Os detalhes deste novo incentivo para o setor devem ser divulgados nos próximos dias.
— Às vezes, as pessoas tratam a cultura como voluntarismo, por benemerência, mas existe uma economia por trás. As pessoas trabalham, se dedicam. E, como em todas as atividades, tiram dali a sua renda. Isso deve ser reconhecido e, portanto, deve ser também alavancado e cuidado, para que estes empregos e a renda dessas pessoas sejam protegidas. E, com isso, seja viabilizado um bem maior à alma de todos nós gaúchos, porque a cultura também tem este efeito — disse Leite.
Quanto cada instituição deve receber
O documento disponibilizado pelo Governo do Estado destaca os valores a receber conforme estimativas preliminares para cada instituição.
- Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs): R$ 5,6 milhões;
- Casa de Cultura Mario Quintana e Cinemateca Paulo Amorim: R$ 2,6 milhões;
- Museu da Comunicação Hipólito José da Costa (Musecom): R$ 100 mil;
- Memorial do Rio Grande do Sul: R$ 91,5 mil;
- Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa): R$ 1,8 milhão;
- Museu Estadual do Carvão: R$ 3,6 milhões.