Se existe uma verdade inescapável no universo da música pop é a do "retorno às origens". O expediente, via de regra, serve para aqueles momentos em que a banda precisa reencontrar a faísca inicial, esmaecida pelo tempo. Com quase 20 anos de estrada, chegou a vez do Jota Quest tentar reacender a chama em Funky Funky Boom Boom.
Décimo terceiro disco da carreira, FFBB foi gestado nos últimos dois anos, enquanto a banda excursionava pelo Brasil comemorando seus 15 anos de carreira. Quando se reuniram para ouvir as demos que vinham gravando entre um compromisso e outro, os músicos notaram que o caminho era único: um retorno à black music do início da carreira, quando o grupo ainda se chamava J. Quest.
O corte final do novo álbum, segundo o vocalista Rogério Flausino, acabou sendo extremamente fácil:
- A sintonia foi total, todo mundo na banda queria fazer um disco como este. Lembra muito o astral de De Volta ao Planeta.
Rumos definidos, o produtor norte-americano Jerry Barnes foi escolhido para formatar o álbum. Com um currículo cheio de gente graúda da black music - de Stevie Wonder a Diana Ross -, Barnes sugeriu, ainda em 2011, o nome do parceiro Nile Rodgers, guitarrista do Chic que poderia dar um brilho especial ao trabalho dos brasileiros e, na época, amargava certo ostracismo.
- Mostramos algumas demos para o Nile lá por meados de 2012, e ele adorou. Fechamos contrato e continuamos a trabalhar no disco. Daí, no começo de 2013, saiu o disco do Daft Punk (Random Acess Memories), e o cara voltou a bombar com força - conta Flausino. - Pensamos que ele desistiria da parceria, claro. Mas, num belo dia, nos liga o Barnes dizendo que estava com o Nile no estúdio, nos EUA, gravando as guitarras para Mandou Bem. Comemoramos feito final de Copa do Mundo.
Mandou Bem, primeiro single de FFBB e uma das duas faixas a trazerem a assinatura de Rodgers (a outra é Imperfeito), é pura discoteca 1970, gênero que inspirou a banda em seus primeiros dias e está presente na maior parte das faixas do novo disco - Entre Sem Bater e Ela É do Rio são outros bons exemplos. Mas há espaço para samba rock (Jota Quest Convidou e É de Coração) e até reggae (Reggae Town).
A banda vem à Capital em ritmo de ensaio - os shows hoje e amanhã, no Opinião, serão a segunda parada da turnê. Por isso, o espírito será o de um ensaio aberto, com um repertório dançante e mais canções antigas.
- A diferença com relação aos outros shows é que agora investimos em metais e backing vocals - explica o vocalista.
JOTA QUEST
Quarta e quinta, às 22h. Classificação: 14 anos.
Opinião (José do Patrocínio, 834), fone: (51) 3211-5668.
O show: a banda apresentará sucessos dançantes da carreira, como Encontrar Alguém, As Dores do Mundo e Na Moral, e canções de seu novo disco, Funky Funky Boom Boom (Sony Music, 15 faixas, R$ 27,90).
Ingressos: R$ 60 (3º lote), R$ 70 (4º lote) e R$ 80 (5º lote).
Pontos de venda: lojas Multisom do Centro (Andradas, 1.001) e dos shoppings Iguatemi, Praia de Belas, BarraShoppingSul, Moinhos, Total, Bourbon Ipiranga, Bourbon Wallig, Shopping Canoas, Bourbon Novo Hamburgo e Bourbon São Leopoldo ou pelo site www.opiniaoingressos.com.br .