
O corpo da cantora Nana Caymmi está sendo velado sexta-feira (2), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O enterro está previsto para às 14h, no Cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo, na zona sul da capital fluminense.
Nana morreu na noite de quinta-feira (1º), aos 84 anos, após ficar nove meses internada na Casa de Saúde São José, no Rio, em razão de uma arritmia cardíaca. A causa da morte, segundo nota divulgada pelo hospital, foi disfunção de múltiplos órgãos.
O irmão da artista, o músico e compositor Danilo Caymmi, relatou ao Estadão que ela passou por implantação de marcapasso e apresentava desconforto respiratório, além de realizar sessões diárias de hemodiálise.
Ela também sofria de osteomielite, infecção nos ossos que provocava dores constantes. Segundo Danilo, Nana manteve a lucidez durante a internação, mas entrou em choque séptico no dia 30 de abril.
Carreira marcada por clássicos da MPB
Nascida em 29 de abril de 1941, no Rio de Janeiro, Nana era filha primogênita do compositor Dorival Caymmi e da cantora Stella Maris. Começou a carreira ainda jovem, ao lado do pai, e estreou como cantora na faixa Acalanto, gravada por ele em sua homenagem.
Ela chegou a se afastar da música para se casar e teve três filhos — Stella, Denise e João Gilberto. Nos anos seguintes, incentivada pelo irmão Dori Caymmi, retomou a carreira.
Durante as décadas de 1970 e 1980, consolidou-se como uma das principais intérpretes da música popular brasileira, ao gravar canções de nomes como Milton Nascimento, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Sueli Costa, Ivan Lins, João Donato e Dona Ivone Lara.
Consagração veio na TV
Em 1998, conquistou o grande público com a gravação de Resposta ao Tempo, bolero de Aldir Blanc e Cristóvão Bastos que foi tema da minissérie Hilda Furacão, exibida pela TV Globo.
Nana lançou álbuns com regularidade até 2020, quando apresentou seu último trabalho, Nana, Tom, Vinicius, com releituras de músicas de Tom Jobim e Vinicius de Moraes.
A cantora deixa três filhos e duas netas.