Desde que foi decretada sua prisão, Sean "Diddy" Combs tem enfrentado alegações persistentes de envolvimento no assassinato do rapper Tupac Shakur. O empresário foi detido no dia 16 de setembro, acusado de conspirações para extorsão, tráfico sexual e transporte com fins de prostituição. Ele se declara inocente das acusações.
Um dos casos mais comentados nas redes sociais atualmente, a prisão de Diddy chama atenção não somente pelas graves acusações, mas também por sua relação com celebridades do mundo da música e do cinema. Foi ele quem "descobriu" artistas como Usher e o principal rival de Tupac, The Notorious B.I.G, por exemplo.
Nos últimos anos, novas alegações trouxeram à tona um suposto envolvimento dele no assassinato de Tupac, morto em meio a um tiroteio em Las Vegas (EUA), em 1996. Conforme Duane "Keefe D" Davis, principal suspeito pela morte do artista, Diddy seria o mandante do crime.
Atualmente, ele aguarda por seu julgamento em uma prisão em Nova York. Caso seja considerado culpado pelos crimes de que é acusado, ele poderá enfrentar prisão perpétua.
Caso sem solução há 27 anos
Tupac foi baleado durante um tiroteio em 1996, quando tinha 25 anos. O rapper foi levado ao Centro Médico Universitário do Sul de Nevada, onde morreu depois de uma semana.
Em 2023, "Keefe D" Davis, ex-membro da gangue Southside Compton Crip, foi preso em Las Vegas, sob acusação de ter fornecido a arma utilizada no crime e dado o sinal para o assassinato — supostamente executado pelo traficante Eric Von Martin.
Segundo informações da CNN Brasil, a conspiração teria sido em resposta a um ataque ao sobrinho de Davis, Orlando Anderson, em meio a um conflito mais amplo entre gangues. Essa foi a primeira vez que acusações foram feitas no caso em 27 anos.
Figurinha repetida nas alegações de "Keefe D"
Durante uma entrevista ao programa The Art of Dialogue, em outubro do ano passado, o gângster contou que conheceu Diddy em 1991, quando o magnata, dono da gravadora Bad Boy Records, estava produzindo um videoclipe para uma música de Usher.
Ele declarou, na ocasião, que o músico teria oferecido R$ 1 milhão (cerca de R$ 5,5 milhões) pelo assassinato de Tupac.
— Se eu nunca o tivesse conhecido (Diddy), nunca teria me envolvido nessa me***.
No processo, o suspeito menciona Diddy cerca de 77 vezes sob diferentes apelidos: Puffy, Puff Daddy, Puff e Sean Combs, seu nome de batismo. Essas alegações, no entanto, foram recebidas com ceticismo pelas autoridades e, até o momento, Diddy não foi formalmente acusado.
O rapper 50 Cent também se envolveu no caso, insinuando em uma publicação no Instagram que Diddy teria encomendado a morte de Tupac. Conforme veiculado pela revista Forbes, o magnata teria chamado as acusações de "sem sentido".
Irmão de Tupac também menciona Diddy
Em maio deste ano, quando participou do programa The Comedy Hype News Show, Mopreme Shakur, irmão de Tupac, falou sobre os rumores de que Combs estaria envolvido no assassinato do rapper.
— Eu não preciso fazer nada. Este indivíduo ("Keefe D") mencionou o nome de Diddy — disse — A aplicação da lei tem um trabalho a fazer. Eles farão isso? — questionou.
Mopreme afirmou ainda que, anos depois da morte, seu irmão parece estar sendo finalmente "inocentado". Segundo ele, na época em que Tupac era vivo, "todo mundo achava que ele estava louco".
— Vi entrevistas. Essas entrevistas que eles mencionaram foram usadas para conseguir a acusação contra esse cara (Keefe D). Ele mencionou certas pessoas que podem ser cúmplices, então, neste ponto do jogo, alguém é responsável — observou.
Tupac VS. Biggie
Bons amigos ainda no início da década de 1990, quando ainda eram considerados promessas do rap, Tupac e The Notorious B.I.G (cujo nome verdadeiro é Christopher Wallace) se tornaram grandes rivais na disputa entre as gravadoras Bad Boy Records, de Diddy, e Death Row Records, de Suge Knight.
Biggie, um dos apelidos pelos quais Christopher Wallace atendia, tinha sua carreira gerenciada por Diddy, enquanto Tupac estava sob domínio de Knight. Alimentada por boatos, egos inflados e incidentes violentos, a intensa relação entre os artistas culminou na morte de ambos.
Casos semelhantes
Um ano após a morte de Tupac, The Notorious B.I.G foi morto a tiros, em Los Angeles, na saída de uma festa. Na época, os eventos trágicos geraram uma onda de suspeitas, e muitos apontaram Diddy como responsável indireto pelos assassinatos em razão da acirrada disputa entre as gravadoras.
Segundo noticiado pela Forbes, no dia do crime, Diddy, supostamente, estaria presente na mesma festa que Biggie, e teria deixado o local em um veículo diferente.
Em 2006, 50 Cent alegou em sua música The Bomb que Combs teria matado o artista. Na letra, o rapper insinua que o empresário teria continuado a lucrar com o nome do artista por meio de lançamentos póstumos.