Acusado de tráfico sexual, associação ilícita e promoção da prostituição, o rapper e empresário Sean "Diddy" Combs foi preso na última segunda-feira (16), após meses de investigação.
No tribunal, ele se declarou inocente. O pagamento de fiança foi negado e ele segue na prisão. Uma nova audiência deve acontecer até o dia 24, mas ainda não há data para o julgamento. As informações são do g1.
O que se sabe sobre o caso
Quem é Sean "Diddy" Combs?
Nascido em 4 de novembro de 1969, no Harlem, em Nova York, Sean John Combs, mais conhecido como Diddy, é uma figura influente no hip hop e magnata do setor musical.
Também conhecido como Puff Daddy e P. Diddy, ele é considerado o mentor por trás da transformação do hip hop como renomado gênero musical.
Diddy começou sua carreira na música em 1990, como estagiário na Uptown Records, onde chegou a se tornar diretor.
Em 1991, ele promoveu um jogo de basquete e um show de celebridades no City College, em Nova York. Uma confusão no evento, que estava superlotado, causou nove mortes.
O episódio gerou uma série de processos judiciais, culpando Diddy pela contratação de segurança inadequada.
Ele foi demitido da Uptown e fundou sua própria gravadora, a Bad Boy Records. A partir daí, ele teve rápida ascensão ao topo do hip hop numa parceria com aquele quem considerou como o seu discípulo, The Notorious B.I.G.
Ao longo da carreira profissional, Diddy assinou diversos contratos importantes e colaborou na produção de artistas como Mary J Blige, Usher, Lil' Kim, TLC, Mariah Carey e Boyz II Men.
Vencedor do Grammy, ele estreou como cantor com o single Can't Nobody Hold Me Down.
O rapper também construiu uma fortuna a partir de empreendimentos no ramo de bebidas alcoólicas.
O que diz a acusação?
De acordo com a Promotoria de Nova York, durante décadas Diddy "abusou, ameaçou e coagiu mulheres e outras pessoas ao seu redor para satisfazer seus desejos sexuais, proteger sua reputação e ocultar suas ações".
Segundo o documento da acusação, ele usava seu império musical e sua influência para atingir os objetivos.
O promotor Damian Williams disse à imprensa estrangeira que Diddy construiu um esquema com base em violência para obrigar mulheres a "longas relações sexuais com garotos de programa". O esquema utilizava de drogas como ecstasy, GHB (chamada de "droga do estupro") e cetamina para controlar as vítimas.
Em muitos momentos, os abusos eram filmados e supostamente incluíam até mesmo imagens de agressões físicas.
O que diz a defesa de Diddy?
O advogado Marc Agnifilo, que representa o rapper americano, reitera a inocência do artista, classificando as condições de sua prisão como "desumanas".
— Esteja onde estiver, ele tem a mesma determinação. Acredita ser inocente — declarou em frente ao tribunal federal de Manhattan.
Como foram as investigações?
Em maio, filmagens de uma câmera de segurança de um hotel foram divulgadas. Nas imagens, Diddy aparece agredindo fisicamente sua então namorada, a cantora Cassie Ventura, arrastando-a pelos cabelos para um quarto. A mulher tentava fugir. O fato aconteceu em 2016.
No final do ano passado, a ex-namorada formalizou uma denúncia, acusando o rapper de submetê-la a drogas e coerção física por mais de uma década. Além disso, a mulher afirmou que havia sido estuprada por Diddy em 2018.
O processo foi resolvido com um acordo fora dos tribunais. No entanto, uma série de denúncias de agressão sexual começou a surgir. Em dezembro, uma das denúncias afirmava que Diddy e outros homens teriam estuprado em grupo uma mulher de 17 anos.
Ele pode pegar prisão perpétua?
Caso Diddy seja considerado culpado pelos crimes de que é acusado, ele poderá enfrentar prisão perpétua, segundo reportagens da imprensa internacional.