Na quinta-feira (21) morreu a cantora Diana, conhecida pelas canções românticas e de grande sucesso da década de 1970. Há anos ela estava distante dos holofotes. Pensa-se, então: uma nota aqui, uma menção ali sobre a partida da artista e não se fala mais nisso. Mas não funcionou assim. O seu obituário estava entre as notícias mais lidas dos últimos dias. O que isso significa?
Me criei ouvindo o brega daquela época. Minha mãe tem até hoje as revistas com as fofocas das celebridades como Diana e Odair José, o casal símbolo dessa geração de artistas, que cantava o amor sofrido, cheio de traições e despedidas. Inclusive, o casamento deles rendeu a canção Foi Tudo Culpa do Amor, de 1974, que fazia referência às brigas constantes, que muitas vezes foram parar nas capas de revistas.
Diana cantou ainda Porque Brigamos, versão de I Am... I Said..., de Neil Diamond, em 1972. E talvez pouca gente saiba, mas fez sucesso em sua voz também Ainda Queima a Esperança, escrita por ninguém menos que Raul Seixas, com parceria com Mauro Motta.
Além de Diana e Odair José, com as saudosas Pare de Tomar a Pílula e Eu Vou Tirar Você Desse Lugar, os artistas que estão lá nas revistas da minha mãe são Márcio Greyck, Antônio Marcos, Vanusa, Fernando Mendes...
Muita gente torce o nariz para essa turma da "pós" Jovem-Guarda. São considerados artistas menores, que fizeram músicas "brega", que cantam a "dor de cotovelo". Não deixa, porém, de ser cultura — e muito pop, aliás.
Cultura essa que marcou uma geração, que colecionava LPs, ouvia na vitrolinha, ou esperava tocar no rádio as canções que hoje nem fazem mais sentido. Afinal, quem pediria para a amada "parar de tomar a pílula pois com ela o filho não poderia nascer"?