Roger Waters, ex-baixista do Pink Floyd, se apresenta em Montevidéu, no Estádio Centenario, no Uruguai na próxima sexta-feira (17). A chegada do artista ao país, no entanto, tem sido polêmica: hotéis cancelaram as reservas da produção do cantor. As manifestações políticas do britânico sobre o conflito Israel e Hamas são as razões do atrito.
De acordo com o jornalista Pablo Londinsky da Rádio Azul FM, do Uruguai, dois grandes hotéis da capital se negaram a hospedar Waters, e um terceiro foi indicado a não aceitar sua reserva.
Em entrevista exclusiva ao jornal argentino Página/12, ele disse estar furioso:
— A cidade está fechada para mim, não tenho onde parar. Vou ter que voltar dia 17, sexta-feira, no mesmo dia do show — disse ele.
Diante da negativa, o artista vai cancelar o compromisso com o ex-presidente Pepe Mujica e voará direto para Buenos Aires, onde se apresenta nos dias 21 e 22 de novembro.
Ainda conforme o jornal argentino, o presidente do Comitê Central Israelita do Uruguai, Roby Schindler, emitiu uma carta solicitando que as autoridades dos hotéis da capital cancelassem as reservas do cantor britânico. Schindler entende a presença de Waters como o apoio ao antissemitismo e fomento da prática no país.
"Talvez você não saiba, e eu não te culpo por isso, que Roger Waters é um misógino, xenófobo e antissemita, que aproveita da fama como artista para mentir e vomitar seu ódio contra Israel e todos os judeus" disse Schindler em carta às autoridades do hotel Sofitel.
Acusações
O ex-baixista do Pink Floyd é um conhecido ativista pró-Palestina e já foi criticado e chamado de antissemita antes, usando símbolos como estrela de David em um porco inflável, e vestimenta que lembra uniforme nazista. No entanto, assim como em suas músicas, os shows tratam de críticas e não elogios.
O caso chamou atenção do Congresso do Uruguai que, encabeçado por Sabrina Ajmechet, realizou um projeto de declaração para expressar "profundo repúdio da presença do cantor no país".