Dois anos se passaram desde que o último Planeta Atlântida foi realizado, mas parece que foram 10. Tanta coisa aconteceu de lá para cá. Mudanças viraram o mundo de cabeça para baixo, pessoas queridas partiram.
Mas o planeta girou, e o show precisa continuar. Como uma forma de celebrar a vida, a 26ª edição do Planeta Atlântida foi realizada na sexta-feira (3) e no sábado (4), na Saba, em Xangri-lá, no Litoral Norte. O festival pôde, enfim, reencontrar o público – 80 mil pessoas compareceram aos dois dias de evento.
Não só reencontrar: entre os planetários, havia quem estivesse lá pela primeira vez. O festival ainda preserva ares de rito de passagem da adolescência, como o primeiro voto ou o primeiro amor.
Como acontece desde 1996, o Planeta espelha as tendências sonoras e da moda do ano em que é realizado. Se no começo o rock predominava, há muitas edições o evento é marcado pela diversidade de estilos (há sertanejo, pop, pagode, rap, música eletrônica, funk etc.). Entre o público, jovens com shoulders/bags, chapéu bucket e maquiagem com strass.
O Planeta não só gira, como também se transforma.
Mas também tem coisas que não mudam: como se fosse uma lei divina, a chuva é presença constante no line-up. Portanto, capa de chuva nunca sai de moda no festival. Assim como os batecos vermelhos nas mãos dos planetários e Neto Fagundes cantando o hino rio-grandense na abertura. Tem uma ordem que, até aqui, permeou todas as edições – geralmente feita por comunicadores ou artistas: “Quem tá feliz dá um grito!”. A resposta sempre é positiva. Sempre há animação na pista. O Planeta também dá voltas.
Sexta
Na sexta, o Planeta recebeu o pop ensolarado de nomes como Vitor Kley, Melim e Lagum. Luísa Sonza e Gloria Groove colocaram o Planeta para rebolar, empilhando hits em apresentações explosivas. Se a dupla sertaneja Matheus e Kauan ativou gatilhos no público com músicas referenciando términos de relacionamento, o pagode de Dilsinho promoveu o romantismo.
Os mineiros do Jota Quest realizaram um show de veteranos, tocando clássicos atemporais em sua 15ª vez no evento – são os campeões de participações no Planeta. MC Poze do Rodo fez um show quente, deixando planetários com os versos de Me Sinto Abençoado na cabeça. Por fim, os irmãos do Dubdogz deram aquele último gás na primeira noite, com uma apresentação animada de música eletrônica.
Sábado
No sábado, Armandinho levou um clima praieiro à Saba, promovendo um verdadeiro luau estocado de hits que estavam na ponta da língua do público. Jão estava em perfeita sintonia com seus fãs, promovendo uma micareta da sofrência. Ludmilla incendiou o Planeta com um show dançante, que explorou a versatilidade da cantora – do funk ao pagode, do pop ao R&B. Outro show dançante e divertido foi o da Comunidade Nin-Jitsu, como de praxe.
Falando em banda gaúcha, a Reação em Cadeia retomou as atividades justamente nesta apresentação no Planeta, após quase sete anos. Também estiveram presentes sucessos inevitáveis, como Me Odeie e Um Dia – nessa rolou até pedido de casamento no show.
Com o Carnaval chegando, Ivete ensaiou o público para o seu novo viral Chega Mais, logo após Luan Santana, com propriedade de popstar, levantar a placa de sould out. Ninguém queria se despedir do Planeta: às 4h da manhã, o público ainda tinha pique para a pista de dança de Vintage Culture. Lukas Ruiz Hespanhol – o homem por trás da alcunha – fez o último show da noite.
Agora é esperar o planeta girar até completar uma nova volta. Para um novo retorno.