É o que o Rio Grande do Sul tem de mais próximo do especial de fim de ano do Roberto Carlos: Armandinho no Planeta Atlântida. Um clássico. Algo como argentino esquecendo parentes pelas estradas gaúchas ou água viva queimando banhistas no Litoral. E não tem quem não goste: o cantor sempre entrega um show contagiante, com um leque enorme de hits praianos (ou é "praieiros??").
Não foi diferente no segundo dia da 26ª edição do Planeta Atlântida: Armandinho abriu os trabalhos do Palco Planeta neste sábado (4), com uma apresentação que levou um clima praieiro à Saba. Era como se o Planeta se transformasse em um grande luau.
Assim que subiu ao palco, o cantor botou os planetários a cantarem A Ilha. Em seguida, propôs uma fuga ao público com Rosa Norte. Então, antes de Eu Sou do Mar, proferiu:
— Não adianta, eu sou do mar, tu é do mar, todos somos. Olha a regueira!
Em meio à música com temática ambiental ("Sai da praia com o lixo na mão/ O futuro é a preservação"), Armandinho bradava "natureza, porra!", enquanto os planetários dançavam o reggae.
Armandinho promoveu o romantismo com Eu Juro e, em meio à performance, seu lado poeta aflorou, realizando declamações como "música não é só entretenimento, música é momento". Ao término da canção, explicou que "Ursinho de Dormir é a Eu Juro que cresceu", arrancando suspiros de algumas planetárias.
Atemporal, Ursinho de Dormir estava na ponta da língua do público. Assim como Pescador, Reggae das Tramanda, Outra Noite que Se Vai e Analua - nessa, ele emendou Desenho de Deus.
Quando Armandinho poetizou que "se a felicidade é tão incerta, que ela seja incerta num lugar bom", não teve jeito. Era a vez de Casinha. Outro petardo.
Antes de Lua Cheia, que fez vários casais se beijarem e planetários saltarem, Armandinho contemplou:
— Céu está bonito! Há uma mistura de cores. Todo mundo cantando. O visual incrível aqui de cima.
Ovacionado pelo público, ele emendou a romântica e aclamada Outra Vida – mais casais se agarrando e cantando a letra um para o outro. Só que antes Armandinho explicou o contexto da canção.
— Os dois não estavam preparados para viver o amor naquele momento — relatou. — Mas era bom.
Depois do romantismo, hora de balançar os dreads para a reta final do show. Armandinho levantou a energia dos planetários com Toca Uma Regueira Aí, que gritaram "mais um".
Antes de tocar a balada Casa de Sol empunhando o ukelele, Armandinho confessou sentir nervosismo para se apresentar no Planeta. Apesar de ser um veterano no evento, ele comparou a experiência com a de tocar para sua família e amigos, em que o músico afirma não saber para onde olhar.
— Quem tem sentimento levanta a mão!
Teve quem não levantasse. Mesmo assim, ele tocou a suave Sentimento. Ao final, o público, em êxtase, pediu "mais um". Porém, o especial tinha chegado ao fim.