A "braba" tem nome: Luísa Sonza. Assim que subiu ao palco principal do Planeta Atlântida, na madrugada deste sábado (4), a cantora mostrou que faz jus a sua alcunha.
Na primeira música, Intere$$eira, já levantou o público, que a aguardava ansiosamente desde o fim da apresentação anterior. Assim que o show de Matheus & Kauan terminou, os planetários começaram a gritar "Luísa, gostosa", em coro. Era um chamado à braba de Tuparendi. Ela respondeu com um show recheado de hits, sensualidade e "raba" para o alto do início ao fim.
A segunda canção foi a dançante VIP, outra do aclamado álbum Doce 22, lançado por Luísa em 2021. Depois foi a vez de Toma, na batida do funk. A música foi acompanhada verso a verso pelo público, tanto na letra quanto na coreografia.
Logo em seguida, a cantora justificou a alta incidência de rebolado que se viu por toda a Saba com Boa Menina ("Uma boa menina rebola assim / Quica, quica assim / Senta assim"). Na sensual Mulher do Ano, que veio logo após, Luísa elevou a temperatura com o refrão "Pode falar, que eu sou uma delícia / Que nada te dá mais tesão que eu / Te fazendo jogar tudo dentro de mim". Os planetários deliraram.
Mais lenta, mas igualmente sensual, Hotel Caro foi responsável por manter os ânimos acalorados no show. A música é uma parceria de Luísa com Baco Exu do Blues, outro especialista em subir o termômetro em love songs calientes. O bloco das lentinhas seguiria, mas só depois de a cantora saudar a plateia que, mais uma vez, ecoava "Luísa, gostosa".
— Que prazer estar aqui essa noite com vocês, meus conterrâneos gaúchos. Vocês que são uns gostosos. A gente, no caso — disse. — Pô, vou cantar uma música lenta e vocês com "Luísa, gostosa". Vamo de "Luísa, eu te amo" pra ficar mais emotivo" — brincou a cantora, tendo seu pedido atendido pelos planetários.
Depois da declaração de amor, Melhor Sozinha marcou o retorno ao repertório de Doce 22. O álbum é marcado por uma série de desabafos da cantora, que transformou em música os ataques de ódio que recebia nas redes sociais desde o término de seu casamento com o humorista Whindersson Nunes. Melhor Sozinha é mais uma dessas canções-desabafo: "Eu sou bem melhor sozinha, sabe / Mas talvez tem um cantinho e cabe / Um pouco quase nada / Eu não sou de fazer sala / Então pensa, então tenta".
— Para mim, essa música é a mais importante da minha carreira. Em cada canto que eu vou, eu falo sobre o quanto essa música é importante para mim — confessou Luísa, cedendo o microfone para que os planetários fizessem coro no refrão, à capela.
Sentada no palco, Luísa interpretou Penhasco, mais uma forte canção-desabafo de Doce 22. "Sabia que a queda era grande / Mas tive que pular / Queria que a gente fosse mais alto / Quando segurei sua mão você soltou a minha / E ainda me empurrou do penhasco", inicia a música. A letra é considerada uma carta-aberta da gaúcha para o ex-marido.
A cantora fez uma pausa dramática - afinal, veio depois de Penhasco - para tomar um chimarrão. E não só isso: puxou Canto Alegretense, adaptando a melodia valseada ao ritmo mais agitado do chamamé. A "braba", além de ter nome, tem lugar: o Rio Grande do Sul, terra que ela ama desde guria, como fez questão de deixar claro.
Do chamamé, Luísa foi direto pro rap. A pedidos, a cantora interpretou a sua parte da session Poesia Acústica 13. Ainda no gênero, emendou a recém-lançada Mama.cita, parceria com o rapper Xamã. A música é a mais ouvida de Luísa no Spotify atualmente. No Planeta, o público comprovou o sucesso cantando do início ao fim.
O hit é dançante, mas não "nível Luísa Sonza". E a essa altura já tinha gente em abstinência:
— Luísa, eu quero rebolaaaaaar — gritou uma planetária do camarote.
Como se tivesse escutado o pedido, a cantora puxou a rebolativa Anaconda. Luísa incendiou a Saba com a coreografia da música, que inclui movimentos intensos no chão. As rabas voltaram a subir, no palco e na pista.
A batida do funk tomou conta com Atenção, de Luísa com Pedro Sampaio. Houve quem rebolasse e quem, com a cintura menos habilidosa, entrasse no clima apenas pulando. Parado ninguém ficou.
Quando os primeiros "Ai, calica / Ai, caralh*" começaram a ecoar pela Saba, aí sim o modo baile funk foi ativado. Os versos de SentaDONA fizeram alguns planetários descerem até o chão. As coreografias seguiram intensas em Cachorrinhas e Braba e Modo Turbo - esta última fez tremer o camarote da Saba, tamanho o volume de gente provando que "tem turbina na raba", como diz letra.
Foi em Modo Turbo que Luísa desceu ao fosso do palco para cumprimentar os fãs que estavam na grade. De volta aos holofotes, ela agradeceu o carinho dos planetários.
— Fazer sucesso em casa é muito mais gostoso — comentou ela, recebendo aplausos. — Como boa gaúcha, agora vou ficar aqui pra curtir o Planeta com vocês — avisou, despedindo-se.
Ao término do show, a movimentação foi intensa rumo aos lugares para sentar. Compreensível. Depois de tanto rebolar com Luísa Sonza, não há cintura nem joelho que aguente sem pausa.