Por Jéssica Barcellos, Especial
Em um quarto de século, o Planeta Atlântida passou por constantes transformações, acompanhando os lançamentos e as preferências das novas gerações, atento a tudo o que a galera tem escutado. Com perfis ecléticos, os line-ups unem os grandes nomes e hits do Brasil, as estrelas internacionais, as bandas gaúchas mais queridas pelo público e os músicos em ascensão.
Além de acompanhar as tendências dos mercados de música e entretenimento, o megaevento tem sido responsável por abrir espaço para quem está começando e por consolidar carreiras.
Para celebrar os 25 anos do Planeta Atlântida, GZH relembra os ritmos que brilharam no palco do festival.
Rock
O rock é o gênero que sempre esteve no Planeta. De 1996 a 2000, o line-up foi formado, em sua maioria, por roqueiros e roqueiras de peso, como Rita Lee, Cidadão Quem, Paralamas do Sucesso, Nenhum de Nós, Charlie Brown Jr., Titãs, Engenheiros do Hawaii, Barão Vermelho e a banda Raimundos, que já tocou no festival, inclusive, com sua formação original, com o vocalista Rodolfo Abrantes.
Grande parte desses nomes retornaram em diversas edições, ao lado de atrações que passaram a fazer parte da história do megaevento, como Capital Inicial, Cachorro Grande, Pitty, Bidê ou Balde, Tequila Baby, Acústicos & Valvulados, CPM 22, NX Zero, Fresno, O Rappa, Comunidade Nin-Jitsu e Ultramen.
Pop
O ritmo reúne algumas das maiores estrelas do festival, incluindo artistas nacionais já consagrados, como Lulu Santos, Jota Quest, Skank e Kid Abelha, que têm história com o evento desde os anos 1990, até as novas caras, como Vitor Kley, Melim, Lagum e Pabllo Vittar.
Além de artistas que misturam o pop com outros estilos, como IZA e seu R&B, Vitão e o rap, assim como o folk de Tiago Iorc e Anavitória. Nomes internacionais que representam o gênero também fazem parte dessa trajetória, como a popstar americana Kesha e a dupla californiana Capital Cities, que passaram pelo evento na edição de 2015.
Axé
O ano de 1999 foi marcado pela introdução do axé no festival. Naquela edição, a Saba recebeu pela primeira vez a cantora Ivete Sangalo que, na época, liderava a Banda Eva, além de outro grupo que despontava no cenário, a Banda Beijo.
Apesar de não ser um dos ritmos predominantes no evento, o axé voltou a ser representado em momentos pontuais e importantes, a maior parte deles protagonizados por Ivete, que construiu uma relação de mais de 15 anos de atuação no festival, sendo eleita pelos planetários com títulos como musa, diva e rainha do Planeta.
Em outros anos, o ritmo baiano ainda foi representado por Claudia Leitte, em carreira solo e com o Babado Novo, e também por Netinho, Daniela Mercury e Terra Samba.
Funk
O funk começou a aparecer no Planeta Atlântida aos poucos, com participações de Claudinho e Buchecha, em 2000, DJ Marlboro, em 2006, MC Jean Paul, em 2010, Bonde do Tigrão, em 2012, e do Baile da Favorita, com DJ Tubarão, Buchecha e Ludmilla colocando tudo para quebrar em 2015. Mas foi em 2016 que os planetários realmente foram até o chão: naquele ano, Anitta estreou no festival, e a galera ainda pôde curtir o Baile do Dennis, com Valesca Popozuda e MC Guimê.
Depois disso, o estilo só cresceu dentro do evento, liderado por Anitta, que voltou em todos os anos seguintes, além de nomes como Kevin O Chris, Kevinho e Mr. Catra. O gênero tem ganhado até espaços especiais na Saba: em 2019 com o Planeta Funk 92, com assinatura da rádio 92, e em 2020 com o Planeta Beat recebe Baile Funk.
Sertanejo
A evolução do sertanejo na última década foi percebida dentro do festival, desde a alegria com jeito de balada do sertanejo universitário até o romantismo do sertanejo meloso. Com suas megaestruturas, os maiores nomes do gênero passaram pelos palcos, entre eles as duplas formadas pelos goianos Jorge & Mateus, as coleguinhas Simone & Simaria e os irmãos Henrique & Juliano.
O estilo também foi responsável pelos maiores hits cantados em coro no Planeta nos últimos anos, como Meteoro, de Luan Santana; Ai Se Eu te Pego, de Michel Teló; e Balada Boa, de Gusttavo Lima, que, mais de uma vez, fez todo mundo dançar ao som do tchê tcherere.
Eletrônico
A música eletrônica foi ampliando seu espaço dentro do Planeta. Começou com a tenda E-Planet, em 2004, que contou com o DJ francês Ben Men fazendo as honras na estreia do local dedicado ao gênero, e passou ainda pelas apresentações de outros gringos, como Tiësto, em 2005, o norte-americano Fatboy Slim, em 2007, o holandês Armin van Buuren, em 2008, e a banda inglesa Clean Bandit, que fez a festa em 2019.
O sucesso das batidas é tão grande entre os planetários que já virou tradição encerrar as noites do evento com uma festa a céu aberto comandada pelos DJs mais cotados do mundo, como Alok, Vintage Culture e KVSH.
Reggae e Surf Music
A história do Planeta com o reggae é antiga. Começou em 1998, com a banda Nativus, depois rebatizada de Natiruts, que até hoje é uma das principais representantes do gênero no festival, ao lado de Armandinho, um dos artistas mais pedidos anualmente nas pesquisas de público. Em 2003, Gilberto Gil também foi uma das estrelas do reggae, em show tomado por músicas do disco Kaya N’Gan Daya, seu tributo ao ídolo Bob Marley.
Outros momentos importantes foram protagonizados por alguns dos principais shows internacionais do festival, como SOJA e Sublime With Rome, headliners do festival em 2013 e 2015, respectivamente.
Também marcaram a história atrações como Chimarruts, Tribo de Jah, Cidade Negra, Maskavo, Maneva, Ponto de Equilíbrio e Onze20.
Rap
Foi Gabriel O Pensador o primeiro rapper a subir ao palco do festival, em 1998, mas a figura que mais representou o estilo no Planeta Atlântida foi Marcelo D2, que marcou presença em diferentes períodos da sua carreira, de 2004 a 2017, em shows solo e também com a banda Planet Hemp. O gênero também foi representado em apresentações de Racionais, MV Bill e Emicida, assim como pelos gringos Flo Rida, Sean Kingston, Taio Cruz, Pitbull e Tropkillaz.
Com suas inúmeras variações, como o estilo trap, liderado por Matuê em 2020, o rap tem conquistado cada vez mais espaço dentro do festival, em shows que vão dos palcos alternativos aos principais.
Samba e Pagode
Ver o público sambando da arena ao camarote se tornou uma das cenas mais frequentes do festival. Alguns dos responsáveis por fazer a galera dançar de rostinho colado foram Zeca Pagodinho, Seu Jorge, Exaltasamba, Pixote e Sorriso Maroto nas duas primeiras décadas, além dos Gigantes do Samba, união entre os grupos Raça Negra e Só Pra Contrariar.
Os mais recentes foram Dilsinho, em 2020, e Ferrugem, em 2019, que até viabilizou um pedido de casamento de fãs de cima do palco.