A primeira noite do Planeta Atlântida 2018 foi marcada pelo mix de estilos musicais: teve rock, reggae, pop, funk e sertanejo. Estreantes e veteranos agitaram o público por mais de 10 horas ininterruptas de shows nos quatros palcos espalhados pela Saba, em Atlântida.
Veja os principais destaques da sexta-feira na 23ª edição do festival:
Gauchismo e reggae
Se tem uma tradição no verão gaúcho capaz de rivalizar com o mar chocolatão, ela atende pelos nomes de Neto Fagundes e Armandinho no Planeta Atlântida. E não foi diferente na abertura da 23ª edição do festival, nesta sexta-feira (2), em Atlântida, no litoral gaúcho.
Bastaram os primeiros acordes do Hino Rio-Grandense para que o público reconhecesse a figura do cantor tradicionalista e apresentador do Galpão Crioulo. Acompanhado do irmão Ernesto Fagundes, Neto agitou os planetários com músicas tradicionais da cultura gaúcha, como Querência Amada, de Teixeirinha.
Logo em seguida, foi a vez de Armandinho voltar a animar o público. Cantor com uma legião fiel de fãs, ele subiu ao palco Planeta para embalar o fim de tarde ao som de reggae. À vontade no palco, o músico emendou um hit atrás do outro, apreciou o pôr do sol e agradeceu aos gaúchos pelo carinho – o nome do artista é um dos mais requisitados pelos planetários ano após ano.
O estreante e os veteranos
No Palco Atlântida, os trabalhos começaram com o estreante gaúcho Vitor Kley, 23 anos. O cantor, que foi a primeira atração a se apresenta no festival, empolgou a galera que estava chegando com seu hit Farol.
Além de Armandinho e o Hino Rio-Grandense, Papas da Língua é outra tradição do Planeta Atlântida. É impossível não cantarolar nenhum dos sucessos da banda que embalaram verões gaúchos, como Viajar e Lua Cheia. Porém, o vocalista Serginho Moah alertou:
– Planeta Atlântida também é romance, é beijo na boca.
Em seguida, o grupo apresentou duas baladas românticas na sequência, que provocou beijos de casais e fez adolescentes e adultos cantarem juntos: Um Dia de Sol e Eu Sei.
Show politizado
Em perfeita sintonia com o público majoritariamente jovem presente no Palco Atlântida, o coletivo carioca de hip hop 1Kilo fez um show incendiário. Foram vários momentos que os planetários pularam, cantaram junto ou balançaram os braços acompanhando a batida do grupo. Parecia um show proibido para os mais velhos, que assistiam perplexos sem entender o que estava acontecendo no palco.
1Kilo alternou momentos de peso, como em Reza Sincera, além de momentos acústicos e suaves com Tenta Vir e Deixe-me Ir – esta última o grande hit do grupo e uma das mais tocadas no Spotify brasileiro. No show, também teve espaço para o grupo xingar o pré-candidato à presidência Jair Bolsonaro direcionando-lhe palavrões.
Mais reggae e o "Dia do Fico"
Depois do peso e juventude do 1Kilo, Maneva fez um show hipnótico, que colocou o público para dançar no Palco Atlântida. Entre as músicas apresentadas pela banda de reggae que empolgaram a galera estavam Saudades do Tempo e Sorria, Você Está Sendo Filmado. Entre uma canção e outra, o vocalista, Tales de Polli, tentou aconselhar mensagens positivas como "não passe em frente imagens que possam denegrir alguém".
A batida mudou com o Strike, quando o público se animou a formar rodas punk e se debaterem com hits como O Jogo Virou e A Tendência. Este poderia ter sido o último show da Strike no Planeta: em janeiro de 2017, o grupo havia comunicado que entraria em um hiato. Porém, este foi o Planeta do fico: o vocalista Marcelo Mancini anunciou que a banda continuará em atividade e lançará single novo ainda neste ano.
Logo depois do Strike, foi a vez dos veteranos dos Raimundos agitarem o público e de Jetlag encerrar a primeira noite do palco Atlântida.
Poprural romântico
Outras que estrearam no Planeta Atlântida em 2018 foram as cantoras do duo Anavitória. Ana Caetano, 23 anos, e Vitória Falcão, 22, imprimiram uma vibe light ao palco principal.
- A gente assiste esse festival há muito tempo em casa e nunca imaginou estar aqui. É o maior público da nossa vida - disse Ana, emocionada assim como Vitória.
Elas abriram o show com Coração Carnaval e cantaram também músicas como Dengo, Barquinho de Papel, Clareiamô, Tua e Talvez Deus. Mas o público foi ao delírio quando Anavitória cantaram os hits Trevo (Tu) e no Fica.
Batidão e emoção
Quando os primeiros acordes de Não me Deixe Sozinho ressoaram na Saba, os planetários já sabiam: tinha chegado a hora de colocar a mão no joelho para rebolar até o chão. E foi assim que Nego do Borel incendiou o Planeta Atlântida. O carioca tocou todos os seus hits, incluindo Você Partiu Meu Coração, Esqueci Como Namora e Contatinho, esta a mais nova parceria do cantor com Luan Santana - que se apresenta no festival neste sábado (3). Muito à vontade, Nego tirou a camisa, dançou, brincou a plateia e agradeceu pelo carinho do público.
– Há seis anos eu não tinha um pão para comer. Hoje, estou aqui. Tenho orgulho de ser preto e favelado - desabafou, emocionado.
Muito carisma na "noite das patroas"
O clima no Palco Planeta não esfriou depois de Nego do Borel, pois Simone & Simaria fizeram planetários pularem até cansar. A dupla baiana estreou em grande estilo só tocou hits, seus e de outros artistas _ teve até Evidências, de Chitãozinho e Xororó.
Os planetários cantaram junto com as irmãs Regime Fechado, Paga de Solteiro Feliz (canção em parceria com o DJ Alok), Quando o Mel É Bom e Meu Violão e o Nosso Cachorro. Mas foi em Loka, parceria com Anitta que chegou a 500 milhões de visualizações no YouTube, que o público explodiu.
Adeus ou até logo?
Um dos grupos mais presentes na trajetória do Planeta Atlântida, com 15 shows realizados, O Rappa chegou ao festival deste ano na reta final de sua turnê de despedida. A banda liderada por Falcão revisitou sua trajetória de 25 anos de estrada tocando sucessos de todas as suas fases, como Pescador de Ilusões e Lado A, Lado B, mas focou, principalmente, em canções dos anos 2000, como Meu Mundo é O Barro e Monstro Invisível. Ficaram de fora hits como Reza Vela e Minha Alma.
O DJ rockstar
Camisetas pretas com nome do artista, bandeira e cartazes. Poderia ser acessórios fãs de algum grupo de rock ou até admiradoras de uma diva pop. Mas não era nada disso: tratava-se de fãs de Vintage Culture, projeto do DJ Lukas Ruiz Hespanhol, que encerrou a primeira noite do Planeta Atlântida 2018.
Com fogos, chuva de papéis picados, fumaças e explosões, o DJ entregou um espetáculo pirotécnico em sintonia com as músicas de sei set, que trouxe remixes de Bon Jovi, J Balvin e 1Kilo. Também apareceram no repertório os hits do próprio Vintage, como Hollywood e Memories. Vintage ainda tocou canções remixadas de Legião Urbana e Lulu Santos.
E neste sábado (3) vai rolar a segunda noite do Planeta Atlântida. Fique ligado em como retirar seu ingresso, como chegar à Saba e no que é permitido e proibido levar ao festival.