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Sally Rooney é uma das escritoras mais populares entre os jovens adultos atualmente e uma das expoentes dos chamados livros de mulheres doidas. O último livro da autora de 33 anos, Intermezzo, é um dos lançamentos mais aguardados do ano nas comunidades literárias online.
Natural de Castlebar, na Irlanda, Sally se formou em Letras na Trinity College, em Dublin. Premiada, ganhou o título de Jovem Escritora do Ano do Sunday Times em 2017, o Prêmio Costa em 2018, na categoria romance, e o Encore Award 2019 da Sociedade Real de Literatura, que celebra os melhores "segundos lançamentos" dos autores.
O lançamento mais recente de Sally está em alta no BookTok desde o final de setembro. A trama, como nos outros livros, reflete dilemas existenciais e a complexidade das relações humanas. Pela primeira vez, a obra tem dois homens como protagonistas. No romance, os irmãos Ivan e Peter lidam com o luto e os desafios do amor.
A escritora já teve dois livros adaptados para séries de televisão, Pessoas Normais (2018) em 2020 para a plataforma Hulu, e Conversas Entre Amigos (2017) em 2022, para o mesmo serviço. Ambas alcançaram aprovações da crítica especializada, a primeira com cerca de 91% e a segunda com 61%, conforme o agregador Rotten Tomatoes. Além da popularidade na web, parte do sucesso das adaptações é atribuído à escolha do elenco. O primeiro projeto lançou Paul Mescal, de Aftersun (2022), e Daisy Edgar-Jones, de Um Lugar Bem Longe Daqui (2022), ao conhecimento público.
A irlandesa não esperava todo o sucesso alcançado com as produções. Em entrevista ao The New York Times em setembro deste ano, ela anunciou que não vai permitir a adaptação audiovisual de novas obras. Sally comentou o incômodo com a atenção da mídia em relação ao seu trabalho e decidiu que o lugar dela é nos livros.
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Livros de mulheres doidas
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Os livros de Sally são uns dos mais indicados nas listas de livros de mulheres doidas nas redes sociais. Em especial Pessoas Normais, que retrata o relacionamento e crescimentos de dois adolescentes.
O termo faz referência a obras em que protagonistas femininas enfrentam densos diálogos internos e batalhas contra a própria consciência. É comum leitores indicarem livros que acreditam que possam servir de apoio e acolhimento, como uma ferramenta terapêutica.
Sad girl september (setembro de menina triste, em tradução livre) é outra expressão que viralizou. Foi assim que fãs da autora chamaram o mês de lançamento do esperado Intermezzo.
Porém, a própria autora não está familiarizada com o termo.
— Não acho que meus livros sejam tão tristes assim, ou são? — questionou em entrevista ao The Guardian. — Acho meus livros bastante otimistas sobre a condição humana e sobre os relacionamentos.
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Sally também ressaltou ao jornal britânico que a sua experiência com o amor incentivou a sua escrita:
— Me apaixonar cedo transformou minha vida.
Sobre a forma como aborda o sentimento, ela relatou que considera interessante o fato de o amor erótico presente nos seus livros não ser pauta nas conversas com leitores e imprensa, apesar de ser um dos temas de sua literatura.
A autora expõe a sua posição crítica e política na escrita. Além de romance, Sally retrata as angústias da geração, refletindo sobre ansiedade climática, crises políticas e econômicas, questionamentos sobre monogamia e a preocupação com a saúde mental.
*Produção: Victoria Armando