Como faço para chegar até o Chalé da Praça XV? Onde posso tomar vacina? Quero um livro que não sei o nome, nem o autor e muito menos a editora. Como posso achá-lo? Os pedidos dirigidos ao Balcão de Informações da Feira do Livro de Porto Alegre podem ser bastante curiosos.
Quem pensa que as informações se limitam apenas a indicar onde fica o banheiro mais próximo ou mostrar no mapa em que ponto está localizada determinada banca, pode se surpreender com as demandas do público. Os atendimentos no estande, que fica situado na área central do evento e pertinho do local onde ocorrem as sessões de autógrafos, estão próximos de 6 mil registros nesta edição.
— No ano passado, atendemos quase 20 mil pessoas durante o evento — afirma a coordenadora do Balcão de Informações, Noia Kern, 76 anos.
Com a experiência de 39 anos de participações na Feira do Livro, na qual atuou em diversos setores, a coordenadora explica o que é mais importante para atender o público com qualidade:
— A equipe das informações precisa ter respeito, vontade e rapidez de raciocínio — enumera.
Questionada sobre algum pedido mais marcante ou diferente, Noia menciona que foi uma solicitação feita por uma mãe junto ao filho autista.
— Esta mãe queria um livro para o filho de 27 anos de idade, porém com idade mental de seis. E só sabia que o título era café. Procuramos e não aparecia nada. Depois ela me deu uma informação a mais: tinha a capa na cor laranja. Colocamos no Google e achamos. Foi muito emocionante.
O atendente Lucas Silveira, 34, participa pela primeira vez do serviço no espaço de informações, que tem mapas e computadores para auxiliar nos pedidos dos visitantes. E se diz gratificado por poder ajudar os frequentadores da Feira do Livro.
— Eu sou quadrinista e gosto de ler. Está sendo maravilhoso, porque não é só dar informação. Trocamos ideia sobre literatura — orgulha-se.
O colega Luiz Goytacaz, 19, também estreia na função. E compartilha sobre o pedido mais exótico que já recebeu:
— Uma mulher chegou aqui e perguntou como corrigir uma cobrança da taxa do Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgotos). Ela dizia que morava em uma área verde e a cobrança tinha vindo errada — explica.
Segundo Goytacaz, são comuns os casos de pessoas que não sabem o título do livro, quem escreveu, qual a editora ou até o assunto tratado na obra. E diz o que mais tem sido solicitado em termos de literatura.
— Está tendo uma boa procura por histórias em quadrinhos e mangás — observa.
As lembranças mais vendidas
Quase em frente ao Balcão de Informações fica localizado o espaço onde há souvenirs à venda, além dos livros que serão autografados ao longo do dia. Três atendentes trabalham no local. E não faltam opções para os visitantes: canecas, camisetas, marcadores de livros, lápis e canetas; ecobags e diferentes produtos estão à disposição dos interessados.
— A caneca, a camiseta e o bonequinho em forma de marcador de livro são os itens mais comercializados — garante a atendente Adriana Rodrigues, 52.
Conforme os funcionários do espaço, a maior parte dos compradores são da Região Metropolitana, do Interior e até de outros estados.
— Alguns levam alguma lembrança para dar de Natal, e os professores compram para presentear os alunos. E tem os colecionadores que adquirem algo para guardar — detalha a atendente Carla Monteiro, 44.
O dinheiro arrecadado fica para a Câmara Rio-Grandense do Livro, organizadora da Feira de Porto Alegre.
— A volta das pessoas realmente se percebe neste ano. É muito gratificante poder trabalhar aqui — conclui Thiago Sazana, 22.
Confira alguns preços:
- Caneca - R$ 50
- Camiseta - R$ 50
- Ecobag de algodão - R$ 30
- Marcador de livro - R$ 18
- Copo de café - R$ 15
- Nécessaire - R$ 12
- Lápis ou caneta - R$ 5