Centenas de pessoas aproveitaram a manhã desta quinta-feira (2), feriado de Finados, para circular pelas bancas da 69ª Feira do Livro de Porto Alegre, no Centro Histórico. Apesar da ventania que fazia nas proximidades da Praça da Alfândega e da previsão de chuva, o movimento era grande logo após o início das atividades, por volta das 10h – horário de abertura que é novidade nesta edição, uma vez que, nos anos anteriores, os estandes eram abertos somente à tarde.
— É a primeira vez que viemos neste ano, e eu achei muito bom ter aberto de manhã, porque distribui mais o público, porque à tarde fica muito concentrado e é difícil caminhar — comenta Marta d’Agord, que estava acompanhada do marido, José Luiz Caon.
Até aquele momento, o casal havia comprado quatro obras: uma de J. D. Salinger, outra de Alain Badiou, uma compilação das histórias de Nanetto Pipetta publicadas em talian no jornal Correio Riograndense, nos anos 1920, e um livro de famílias etimológicas da língua portuguesa, de 1944. A dupla parecia satisfeita com os achados, alguns raros.
— É muito bom ela ser aberta, não ter ingresso, e ter editoras locais, além de sebos. É um momento para encontrar todos esses livros que, durante o ano, teríamos que comprar pela internet — comenta Marta.
Por volta das 11h30, Rosângela Leão já carregava duas sacolas. Em uma delas, estavam três obras, que comprou por R$ 20. Em outra, dois volumes de As sete irmãs, de Lucinda Riley.
— Vale a pena, em termos financeiros. Costumo vir todos os anos, há muitos anos, inclusive — destaca Rosângela, que acha que nada tem mais “a cara” de Porto Alegre do que a Feira do Livro.
Já Maria Eliana Lopes buscava títulos para ela própria e para o seu neto, de um ano. Até ali, já havia adquirido dois.
— Adoro ler. Embora minha filha tenha me dado um Kindle, eu nem uso. Gosto do livro físico. Acho que o livro nunca vai se perder no mundo, porque sempre vai ter uma casa que vai ter — observa Maria Eliana.
Exemplo disso é o interesse do neto pelas obras – volta e meia, pega a mãe pela mão e a leva até a estante, para pedir que leia algo para ele.
O movimento na feira animou os livreiros. Rafael Prudêncio, que atendia na banca da Arquipélago, diz que a presença das pessoas depende muito do clima, e que, com o retardamento da chuva, o fluxo estava maior do que o esperado. E a procura era variada:
— O nosso estande é mais para a não ficção, textos jornalísticos. A gente está com os lançamentos que estão tendo bastante saída, como o Lupicínio, uma biografia musical do Arthur de Faria, e o Pequeno Manual da Reportagem em Quadrinhos, do Augusto Paim. Além do mais, a gente tem livros da Eliane Brum, que também são muito bem procurados.
A 69ª Feira do Livro de Porto Alegre vai até o dia 15 de novembro. As bancas ficam abertas todos os dias, das 10h às 20h.