O poeta Lawrence Ferlinghetti morreu na segunda-feira (22) aos 101 anos. A informação foi confirmada ao jornal The Washington Post pelo filho do autor, Lorenzo. De acordo com ele, a morte foi causada por uma doença pulmonar.
A livraria e editora City Lights, da qual Ferlinghetti foi proprietário, publicou um comunicado em suas redes sociais lamentando a perda.
"Ferlinghetti foi fundamental na democratização da literatura americana ao criar (com Peter D. Martin) a primeira livraria do país em 1953, dando início a um movimento para tornar diversos livros de qualidade baratos amplamente disponíveis", diz o comunicado publicado no Instagram nesta terça-feira (23).
Nascido em março de 1919 em Nova York, Ferlinghetti passou a ter destaque nos anos 1950, quando publicou o poema-manifesto Uivo, de Allen Ginsenberg. O lançamento acabou por atrair a atenção para toda a geração beat de poetas, artistas que questionavam o conservadorismo da época por meio da literatura. O episódio também trouxe ao poeta a imagem de um defensor heroico da liberdade de expressão.
Ao longo de sua trajetória, ele escreveu dezenas de livros. Entre eles, destaca-se A Coney Island of the Mind (1958), um dos volumes de poesia mais vendidos na história americana. A obra é carregada de crítica e ironia em relação à cultura dos Estados Unidos.
Ele fundou a livraria City Lights em 1953, ao lado de Peter D. Martin. A instituição, localizada em São Francisco, é considerada um dos espaços literários mais icônicos dos Estados Unidos até os dias de hoje, sendo visto como um ponto de peregrinação de poetas e artistas. No comunicado divulgado pela livraria nesta terça, a instituição diz que continuará honrando o espírito revolucionário do escritor.
"Pretendemos desenvolver a visão de Ferlinghetti e honrar sua memória, sustentando a City Lights no futuro como um centro de investigação intelectual aberta e com compromisso com a cultura literária e a política progressista".