A Segunda Guerra Mundial e o Terceiro Reich já tinham acabado havia mais de 30 anos quando a alemã Nora Krug nasceu, em 1977, mas desde a tenra infância ela percebia as sombras gigantescas projetadas por Hitler, pelo nazismo e pelo Holocausto. Sua família morava em Karlsruhe, no sul da Alemanha, com o quintal voltado para uma base aérea do Exército americano. "Eu os ouvia zunindo e rugindo sobre a nossa casa, como animais perigosos que haviam – inacreditavelmente – decidido poupar nossas vidas", Nora descreve. Abaixo dessas palavras, uma fotografia datada de 1980 mostra sua mãe observando o pouso ou a decolagem de um avião militar, enquanto ela própria brinca no chão. "Parte de mim entendia que alguma coisa estava terrivelmente errada."
Com a palavra
"Absolvição não pode ser solicitada, só pode ser dada", diz Nora Krug, alemã que investigou o nazismo em sua família
Escritora e ilustradora fala sobre a culpa coletiva pelo Holocausto, tema do premiado romance gráfico "Heimat", recém-lançado no Brasil
Ticiano Osório
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