A escritora norueguesa Marta Breen, em parceria com a ilustradora Jenny Jordahl, publicaram recentemente Mulheres na Luta: 150 anos em busca de liberdade, igualdade e sororidade, livro que repassa as principais lutas internacionais do feminismo, da participação na luta pela abolição das Escravatura nos EUA e das sufragistas inglesas do início do século 20 aos atuais movimentos de equiparação salarial ou contra o assédio sexual em ambientes de trabalho. A obra será lançade no Brasil no ano que vem Breen estará na Praça da Alfândega às 18h deste sábado (17), para um bate-papo no Auditório Barbosa Lessa do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo como parte da programação da Feira do Livro.
Como começou o projeto de Mulheres na Luta?
Escrevi vários livros anteriormente, inclusive livros não ilustrados sobre feminismo, e esta é minha quinta colaboração com a ilustradora Jenny Jordahl. Nosso último livro juntos contou a história de várias pioneiras norueguesas, então agora sentimos que era hora de fazer a mesma coisa com um ângulo internacional. Eu sempre estive interessada em igualdade. Minha mãe fez parte do movimento de libertação das mulheres nos anos 1970, e lutou por jardins de infância e direitos de aborto na Noruega. Então, nasci nessa luta, por assim dizer.
Em Mulheres na Luta, parece ter havido uma preocupação em casar humor e didatismo ao longo do trabalho. Como vocês, as autoras, chegaram a essa abordagem?
Nós sempre usamos humor quando contamos histórias. Acredito que esta é a chave para atrair as pessoas interessadas. Eu realmente gosto de escrever e ler quadrinhos, especialmente se o tema é um pouco sério. Acredito que essa forma facilita o aprendizado do leitor e facilita a participação na história. Na Noruega, colaboramos com uma organização que trabalha com a produção de literatura para pessoas que - por uma razão ou outra - não leem muito bem. Assim, removemos palavras difíceis e longas e tentamos não complicar demais o enredo. E usamos o humor, para mim que vem naturalmente.
Como você vê a necessidade deste livro em uma época em que os movimentos conservadores têm sido cada vez mais agressivos contra os movimentos de direitos humanos e contra o feminismo em particular?
Infelizmente, o livro é mais atual do que eu desejaria. Quando se trata de direitos das mulheres internacionalmente, muitas coisas parecem ir na direção errada. Por exemplo, vemos que o direito ao aborto está sob pressão em um grande número de países. É assustador ver como os líderes patriarcais assumem o poder de país após país. Isso está acontecendo tanto na Rússia, Polônia, Hungria, Filipinas, Turquia, Estados Unidos quanto no Brasil. É muito importante estar ciente desse desenvolvimento e trabalhar internacionalmente com esses assuntos.