Nesta sexta, ao cair da noite, no Teatro Carlos Urbim, erguido em plena Praça da Alfândega, abrimos oficialmente a 62ª Feira do Livro de Porto Alegre. Os livreiros ainda davam os últimos arremates nas barracas, o pessoal da Câmara ainda estabelecia laços de intimidade com o QG montado no Memorial, os funcionários dos prédios no entorno da praça acostumavam os olhos com o novo cenário – e os jacarandás, esses continuavam a derramar suas cores nas pedras portuguesas.
Na área infantil, ainda de manhã, as crianças inauguraram o movimento: escolas compareciam com suas crianças e professoras, atendendo ao apelo dos livros. Ainda havia o vento e o frio temporão que inventaram de voltar neste final de outubro, mas, à tardinha, os que saíam do trabalho se uniram aos visitantes que chegavam, e todos se somaram aos que lá já estavam para homenagear o mais tradicional e amado evento da cidade e do Estado.
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E eu, com profundo orgulho de ser a quinta mulher a ocupar o patronato da Feira e, ao mesmo tempo, o segundo descendente de origem judaica (o primeiro foi o sempre lembrado Moacyr Scliar), senti uma saudade muito grande. Primeiro do pai, que teria um orgulho danado de me ver ali como patrona da Feira à qual ele sempre nos levava. Depois dos avós, dos tios, do Moacyr Scliar e do Sergio Napp, queridos que tão cedo partiram. E uma falta bem doída do amigo Urbim, de tantos carnavais e feiras compartidas.
A última sexta-feira de outubro sempre me causa essa impressão: Porto Alegre fica maior e muito mais amorosa do que todo o resto do mundo.