No quesito avaliação da crítica, Oppenheimer está vencendo Barbie. Ambas as superproduções estrearam nos cinemas nesta quinta-feira (20), protagonizando o evento cinematográfico que tem tudo para ser o maior desde o início da pandemia. Nas redes sociais, a "disputa" ganhou o apelido de Barbenheimer.
Considerando o Rotten Tomatoes e o Metacritic, portais que agregam críticas especializadas de todo o mundo, o filme de Christopher Nolan sai na frente com mais de 93% de avaliações positivas no primeiro site e nota média de 90 no segundo. Já o longa de Greta Gerwig não fica muito atrás, com os índices de 89% e 81, respectivamente.
Ainda não há dados de bilheteria, mas é provável que o longa protagonizado por Margot Robbie fature mais. Segundo o jornal The New York Times, as expectativas são de que Barbie arrecade mais de US$ 100 milhões em seus primeiros três dias em cartaz nos Estados Unidos, enquanto Oppenheimer deve faturar aproximadamente US$ 50 milhões.
As principais críticas a Oppenheimer e Barbie:
Críticas de Oppenheimer
- Nota no Rotten Tomatoes: 93%, com base em 171 críticas
- Nota no Metacritic: 90, com base em 57 críticas
Críticas de Barbie
- Nota no Rotten Tomatoes: 89%, com base em 190 críticas
- Nota no Metacritic: 81, com base em 54 críticas
A maioria das críticas a Barbie são positivas. O universo criado pela direção de arte e o bom-humor dos diálogos são pontos elogiados pela crítica. Emily Zemler, do portal Observer, descreveu o filme como "contagiantemente delicioso, mesmo se você for alguém que normalmente evita filmes alegres e em tons de rosa".
Em relação ao roteiro, alguns avaliadores exaltaram a forma como Greta Gerwig abordou o feminismo e o sistema capitalista no qual a Mattel e a Barbie se inserem."Barbie nunca desce para um confronto final barato de garotas contra garotos; apenas considera as diferentes maneiras pelas quais a autoimagem é vendida para nós, o consumidor cansado e disposto, mesmo quando o mundo se torna mais inteligente e cínico", escreveu David Sims, da The Atlantic.
Stephanie Zacharek, da revista Time, discordou: "É verdade que Barbie entrega muito do que foi prometido: há muita zoação e amor pela Barbie e muitas críticas aos executivos (da Mattel). Mas nenhuma dessas coisas o torna subversivo. Em vez disso, é um filme extremamente satisfeito consigo mesmo, que cortou uma grande fatia de bolo de plástico perfeitamente moldado e o comeu — ou fingiu comê-lo — também".
Johnny Oleksinski, do The New York Post, deu nota 25 a Barbie. "A embalagem de Barbie é muito mais divertida do que o tedioso brinquedo dentro da caixa", justificou. Alison Willmore, da New York Magazine, também criticou o longa negativamente: "Há um traço de defesa em Barbie, como se estivesse tentando antecipar e reconhecer quaisquer críticas apresentadas contra si antes de serem feitas, o que o torna emocionalmente inerte, apesar dos esforços de maluquice".
Os elogios da crítica especializada a Oppenheimer dizem respeito, principalmente, aos recursos cinematográficos utilizados por Christopher Nolan e sua fidelidade ao contar uma história verídica e complexa. "O retrato de Christopher Nolan do pai da bomba nuclear é um triunfo, como testemunhar a própria história sendo explorada", escreveu Robbie Collin para o The Telegraph.
Manohla Dargis, para o The New York Times, reforçou: "Oppenheimer é uma grande conquista em termos formais e conceituais, e totalmente envolvente, mas o cinema de Nolan está, crucialmente, a serviço da história que relata".
"Como um cineasta no auge de seus poderes, Nolan usou essas habilidades prodigiosas, não apenas para surpreender ou espetacularizar, mas para mergulhar o público em um capítulo da história que pode parecer antigo, como ele nos lembra, mas aconteceu ontem. Ao tornar essa história tão bonita, tão elegantemente trabalhada e compulsivamente assistível, ele trouxe à vida não apenas J. Robert Oppenheimer, mas os argumentos ainda cruciais que ele iniciou e tentou encerrar", afirmou Ann Hornaday para o Washington Post.
David Rooney, para o The Hollywood Reporter, resumiu: "Este é um evento cinematográfico grande, corajoso e sério de um tipo que agora está praticamente extinto nos estúdios. Abrange totalmente as contradições de um gigante intelectual que também era um homem profundamente falho, seu legado complicado por sua própria ambivalência em relação à conquista revolucionária que garantiu seu lugar nos livros de história".