Luiza Piffero
Até hoje surpreende que um dos movimentos artísticos mais importantes da arte gaúcha tenha nascido na Bagé dos anos 1940, onde se vivia da pecuária. O escritor Pedro Wayne narra, numa reportagem de 1946 agora reproduzida em uma parede da Fundação Iberê Camargo, como os adolescentes Glauco Rodrigues (1929-2004) e Glênio Bianchetti (1928-2014) encontraram a vocação para a arte sob a orientação do pintor carioca José Morais. O próprio Wayne, escritor politicamente engajado, era o mentor intelectual dos meninos. A eles, juntou-se Danúbio Gonçalves (1925-2019), em 1948, instalando um ateliê coletivo na cidade. O quarteto ficou completo com Carlos Scliar (1920-2001), artista mais experiente que retornava após lutar na Segunda Guerra Mundial.