Apesar de o conselho que define a programação do Museu de Arte do Rio (MAR) ter deliberado pela vinda da exposição Queermuseu - Cartografias da Diferença na Arte Brasileira, a exibição não será realizada, por decisão do prefeito Marcelo Crivella (PRB). As discussões sobre a mostra abriram uma crise entre o museu, que é da prefeitura, e o executivo municipal. Crivella é bispo licenciado da Igreja Universal, que se posicionou contra a exposição, quando de seu cancelamento pelo Santander Cultural.
No último domingo (1º), Crivella postou um vídeo em sua página no Facebook afirmando que não queria que a exposição fosse realizada no MAR.
– Só se for no fundo do mar – disse o político.
A mostra no Santander Cultural, em Porto Alegre, foi cancelada após pressão de grupos que a consideraram ofensiva – as obras fariam apologia à pedofilia e à zoofilia, além de desrespeitarem símbolos de culto religioso. O MAR, mantido pela Prefeitura do Rio em parceria com a iniciativa privada, não havia confirmado ainda que receberia a mostra.
Na última quinta-feira (29), o Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul (MPF-RS) recomendou ao Santander Cultural a imediata reabertura da exposição até o dia 8 de outubro – data em que ficaria originalmente aberta para visitação. A instituição não era obrigada a seguir a sugestão dos procuradores e, por isso, manteve a decisão do cancelamento da mostra.
* Estadão Conteúdo