Em 23 de maio de 1969, o título da reportagem publicada no jornal Folha da Tarde sintetizava, e antecipava, a filosofia que norteia até hoje o Hospital Divina Providência, que seria inaugurado uma semana depois: “Na quietude da Vila Betânia (...), Porto Alegre está ganhando mais uma moderna casa de saúde”, escreveu o redator do vespertino extinto na década de 1980.
Inaugurado em 31 de maio de 1969 e, portanto, completando 50 anos de existência no dia de hoje, o novo hospital surgia em uma Porto Alegre que ainda não alcançara a marca de 1 milhão de habitantes. O Censo Demográfico de 1970 apontaria uma população de 885.545 pessoas. Nessa época, os bondes foram sendo desativados, e o recém-empossado prefeito Telmo Thompson Flores dava início a obras que mudariam a geografia da Capital: a construção de viadutos e túneis, o muro da Mauá, o Parque Moinhos de Vento (conhecido como Parcão) e a então nova Estação Rodoviária. Essa era a cidade que dava boas-vindas ao Hospital Divina Providência no ano de sua inauguração.
“Desde o primeiro momento, o foco da atuação de nosso hospital é o cuidado à vida. O ambiente hospitalar está impregnado por essa filosofia, que nos guia e que está presente na maneira como os pacientes até hoje são recebidos e atendidos”, destaca a irmã Ilani Maria Reis, atual diretora institucional do Divina Providência.
Fundada em 1842 pelo sacerdote Eduardo Michelis, a Congregação das Irmãs da Divina Providência surgiu como resposta de fé ao desamparo social e à miséria que assolavam a cidade de Münster, na Alemanha. No Brasil, chegou em 1895. Para quem não sabe, a área onde hoje está o Hospital Divina Providência pertencia originalmente à Sociedade Fraterno Auxílio, entidade que prestava assistência espiritual e material aos padres que, por enfermidade, invalidez ou velhice, estavam impossibilitados de exercer o ministério sacerdotal. Já em 1942, por iniciativa do monsenhor Leopoldo Neis, havia sido construída ali a Casa Araceli, projetada para operar como lar e casa de repouso. Para auxiliar na administração, ele conseguiu o apoio das irmãs da Divina Providência, que também prestaram um ótimo trabalho educacional, social e pastoral.
Madre Rosálie (nome religioso adotado por Emma Middelhoff, alemã nascida em 1905, superiora da Província entre 1956 e 1968), ao tomar conhecimento da intenção do arcebispo dom Vicente Scherer de transferir a sede da província, que era no Interior, para a Capital, passou a viajar seguidamente a Porto Alegre. Em uma dessas visitas, ela, surpresa, recebeu a proposta da doação de toda a área pertencente à Sociedade Fraterno Auxílio, com o compromisso de construir um hospital. É certo que as irmãs já administravam outros hospitais no Estado e, particularmente, em Porto Alegre, entre eles, o Hospital Beneficência Portuguesa e o hospital do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Estivadores e Transportes de Cargas (IAPTEC), hoje denominado Hospital Presidente Vargas. Portanto, dom Vicente não tinha qualquer dúvida quanto à capacidade das religiosas de gerir o novo projeto com sensibilidade e competência.
Em 2018, foram registradas 12.957 internações, além de 34.174 consultas no setor de emergência e outras 25.243 nas áreas ambulatoriais. No período, a quantidade de cirurgias chegou a 15.176 e o número de partos atingiu 3.110. A totalidade de exames realizados pelos Serviços Auxiliares de Diagnóstico e Tratamento foi de 54.662.
O ano de 2019 é especial. Além de Comemorar os 50 anos, em fevereiro, o HDP o selo de nível 2 da Organização Nacional de Acreditação (ONA), como reconhecimento pela adoção de práticas seguras e processos plenos em sua integração e pela elevada qualidade em todas as suas áreas, sempre com a missão de prestar um serviço assistencial de qualidade, tecnologia avançada e, especialmente, com cuidado à vida – marca da atuação das irmãs da Divina Providência.
Colaborou Pedro Haase
Fonte: publicação comemorativa, texto de Paulo César Teixeira