Depois de atuar em diversas funções empresariais, o nosso leitor Fernando Hennig chega aos 65 anos dedicado e preocupado com a preservação da memória. Com família de origem germânica, há algum tempo ele criou um grupo aberto no Facebook (que iniciou com 10 pessoas e já tem 1,8 mil), chamado Sinimbu Antigo, para a divulgação de imagens e fatos sobre a cidade dos seus antepassados. Seu avô Erwino Hennig foi um dos proprietários da Exportadora de Fumos Hennig, que, em 1948, fundou a Fábrica de Cigarros Sinimbu.
Agora, Fernando está articulando para criar no município gaúcho (Sinimbu fica a 21 km de Santa Cruz do Sul) uma casa de cultura que deve ser instalada em um prédio de 1890 que funcionou, no passado, como depósito de fumo. A indústria de cigarros da família foi uma das maiores do país e detentora de marcas famosas como Presidente, Hudson (com e sem ponteira), Rochester, B-29, West Point e Boêmios entre outras.
Como Fernando sempre se interessou por coisas antigas, o material (documentos, fotos, catálogos, objetos) reunido pela família passou primeiro para o pai, Udo Hennig, e, depois, para ele. Claro que algumas preciosidades, infelizmente, se perderam pelo tempo, como um aparelho chamado Symphonion Orchestrion, fabricado no final do século 19, no qual seu avô ouvia música reproduzida mecanicamente a partir de um disco metálico com 69 centímetros de diâmetro. Depois, no início do século 20, vieram os gramofones. Restaram inúmeros catálogos de propaganda que anunciavam o que havia de mais moderno, na época, para quem gostava de desfrutar as melodias em casa. Os catálogos chegavam pelo correio e os interessados deveriam tratar de fazer as encomendas. Gramofones, consoles, listas de discos e músicas, tudo era detalhado nas informações impressas em papel de qualidade. Alguns exemplos podem ser vistos na página de hoje. Obrigado, Fernando.