Inspirados na Banda dos Fuzileiros Navais, os irmãos lassalistas do Colégio Gonzaga, de Pelotas, criaram a sua banda marcial em 1958, a qual desfilou pela primeira vez na Semana da Pátria daquele ano. O uniforme (túnica vermelha, calças azul marinho e polainas, mais o quepe estilo militar), além da harmoniosa musicalidade, do garbo e marcialidade, davam a esse conjunto um deslumbrante visual, rivalizando com outras bandas locais, como a da Escola Técnica de Pelotas (ETP) e a do Colégio Pelotense.
Seu primeiro mor (líder que marcha à frente) foi Aires Franz. Durante os 21 anos de existência, a banda foi comandada também por Geraldo Copolla, Amilton Moreira, Waldemar José de Lima Borba, Gilberto Gomes (o “Banha”) e Carlos Roberto Mansur (o popular “Chuteca”).
A parte musical esteve a cargo de renomados arranjadores, como o sargento Werneck (fuzileiro naval carioca e primeiro maestro), o maestro Martinez, o sargento Carvalho, o irmão Lourenço, Oswaldo Ferreira e os maestros Manoel Motta Dias e José Francisco da Luz.
No final dos anos 1950 e início dos anos 1960, a banda apresentou-se em diversas cidades do Estado e também no Uruguai. Participou das inaugurações do Monumento ao Laçador e do Estádio Olímpico, em Porto Alegre, ocasião em que chegou a ter 180 componentes.
Em 1971, a Banda Marcial do Colégio Gonzaga mudou o seu uniforme para o estilo da guarda real britânica, com calças e sapatos pretos, túnica vermelha e o tradicional chapéu britânico, com seus 120 integrantes, apresentando-se na Parada da Juventude em 3 de setembro, em Pelotas. O sucesso foi enorme! O público na Avenida Bento Gonçalves ovacionou a banda e a seguiu até a sede do colégio para continuar desfrutando daquele magnífico espetáculo musical.
Sob o comando de Carlos Roberto Mansur e com arranjos do maestro Motta, apresentou-se no Campeonato Nacional da Bandas, na capital paulista, vencendo em 1972 e em 1973. No ano seguinte, não houve o certame, mas, em 1975, então com o maestro Luz, conquistou o tricampeonato brasileiro, uma vitória que jamais foi alcançada por nenhuma outra banda marcial. Na sua volta a Pelotas, foi saudada euforicamente pela população e alvo de uma recepção das maiores que a cidade conheceu em sua história.
Devido aos altos custos de manutenção, a banda foi extinta em 1979. Em 1995, ex-integrantes rearticularam o retorno, que se mantém até hoje, graças ao apoio da atual direção do Colégio Gonzaga, da mídia e de empresas privadas. Nesse período, a banda teve como mor Chuteca, Eliezer Duarte e Nedi Fernandes da Rosa, sendo arranjador e regente o maestro Luiz Ernani Guimarães.
A tradicional Banda Marcial do Colégio Gonzaga fez história e muito elevou o bom nome de Pelotas e do Rio Grande do Sul. Seus atuais integrantes buscam mais apoio e lutam para manter vivo esse conjunto musical, que resgata um período de saudável rivalidade entre colégios, em um tempo em que a juventude cultuava valores éticos, artísticos e culturais.
Colaboraram: Júlio César Schwantz Oliveira, Luiz Roberto da Silveira David e Pedro Antônio Marques Prietto