Durante os 53 anos em que esteve em circulação, o jornal A Federação teve um protagonismo marcante na vida política e social gaúcha. De janeiro de 1884, quando o periódico começou a operar, até novembro de 1937, quando deixou de aparecer nas bancas de jornais e revistas, desempenhou, sobretudo, sua função de imprensa político-partidária. Seu surgimento, com sede em Porto Alegre, se deve à decisão de congresso do então Partido Republicano Rio-grandense (PRR), para que as causas positivistas, tão caras à agremiação – entre elas o ideário republicano e o fim da escravidão no país –, pudessem ser divulgadas à opinião pública do Estado.
Há 135 anos, o jornal foi fundado e dirigido por um grupo de homens que se tornaram personagens da história gaúcha e brasileira: Joaquim F. de Assis Brasil – que sugeriu o nome A Federação –, Júlio de Castilhos, Ramiro Barcellos, Venâncio Aires – o primeiro diretor –, José G. Pinheiro Machado e Borges de Medeiros, entre tantos outros. Sua última sede, inaugurada em 1922, em comemoração ao centenário da Independência, localizava-se na esquina da Rua dos Andradas e da Travessa Paissandu (atual Rua Caldas Júnior), no prédio onde hoje está instalado o Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa, em Porto Alegre.
Ainda que tivesse caráter político-partidário, o jornal não era totalmente custeado pelo PRR. Precisava também sobreviver financeiramente com outros recursos, e seu departamento comercial buscava na publicidade os meios que ajudariam o periódico frente aos custos de pessoal e produção. Pela mostra de diversos anúncios de apenas uma edição de 1914 (três deles exibidos aqui), há 105 anos a propaganda de medicamentos e assemelhados era, sem dúvida, umas das principais fontes de renda da imprensa.