Em 1932, a municipalidade cedeu à Varig uma área que antes havia sido usada como potreiro. A empresa construiu no bairro São João algumas instalações, oficinas e uma precária pista de pouso. Naquela época, a Varig era a única companhia que utilizava aviões para uso comercial. A Condor e a Air France possuíam apenas hidroaviões para os seus serviços de passageiros e cargas.
Em 1938, a prefeitura, junto com o Departamento de Aeronáutica Civil, construiu o Aeródromo de São João. Um ano depois, segundo reportagem de Rui Vilhena para a Revista do Globo de 17 de setembro de 1949, este já apresentava um movimento razoável: 548 aeronaves, 4.264 passageiros e 24.392 quilos de carga. Em 10 anos, o movimento passou de dois aviões diários e 10 passageiros para, em 1948, um total de 9.222 aeronaves, 138.722 passageiros e 4 mil toneladas de correio e carga.
Em 1945, as instalações já estavam esgotadas. Em 1949, segundo o jornalista, o Aeródromo de São João era uma verdadeira calamidade. O saguão era lotado, as companhias comprimidas umas contra as outras em seus exíguos guichês e o serviço de rádio e controle de voo espremido em duas peças acanhadíssimas, que impediam até mesmo a instalação de novos e modernos equipamentos.
As pistas só podiam ser utilizadas por aviões de pequeno porte, deixando de operar os DC-4, DC-6 ou Constellation. “As instalações sanitárias causariam repulsa a qualquer selvícola de Mato Grosso”, afirmava o repórter. Questionadas, as autoridades respondiam com a frase que “há mais de cem anos vem sendo utilizada para explicar todas as coisas que ainda estão por fazer no Brasil: não há verba!”, escreveu Rui Vilhena.
Mesmo assim, o nosso aeroporto era, então, o terceiro do país em movimento. Hoje, é o oitavo. Os aviões maiores, como os Constellation, pousavam na pista construída na Base Aérea de Gravataí. Com a inauguração do aeroporto Salgado Filho, no início dos anos 1950, a situação melhorou bastante. Em 2001, foi construído o Terminal 1, atualmente o mais usado.