Por sua pujança econômica e industrial, o Estado de São Paulo sempre marcou forte presença na fabricação de brinquedos. Lá, surgiram Trol, Bandeirantes, Estrela, Metalma (Metalúrgica Matarazzo), Balila, Mimo, Atma/Mirim e Beija-Flor. Antes rústicos brinquedos de madeira, a partir de meados do século passado esses ganharam certa sofisticação, quando começaram a ser moldados em material plástico, com fartura de cores, alguns, inclusive, dotados de sons e movimentos (apito, reco-reco, choro nas bonecas) e com formatos muito próximos da realidade que simulavam.
A capital gaúcha também teve uma fábrica de brinquedos em série, que alcançou o mesmo nível das concorrentes paulistas. Foi a Mapla S.A. – Indústria de Materiais Plásticos, fundada em fevereiro de 1948, quando instalou-se na esquina da Rua Augusto Severo com a Avenida Sertório. Ali, foram produzidas delicadas miniaturas de carros da Fórmula-1 e até de carreteiras de competição, numa alusão às emocionantes façanhas dos ídolos, como o argentino Juan Manuel Fangio, o italiano Alberto Ascari, brasileiros como Chico Landi e Fritz d’Orey, e os gaúchos Catarino e Júlio Andreatta, Diogo Ellwanger, Aristides Bertuol e Orlando Menegaz.
O supervisor de matrizaria e projeto Edgon Olmedo de Freitas conta que a Mapla chegou a produzir e fornecer para a fábrica paulista da Willys Overland do Brasil as partes injetadas em acrílico que compunham as lanternas traseiras do conhecido modelo Aero-Willys, carro lançado em 1960. A Simca do Brasil também contratou a empresa gaúcha para fabricar miniaturas de um modelo da marca para brindar os clientes das suas revendas.
Posteriormente, a Mapla foi transferida para Canoas, onde substituiu a produção de brinquedos pela de baldes, bacias e pás para lixo, todos produzidos em plástico rígido.
Neste Dia da Criança, o nosso Almanaque resgata uma história, genuinamente gaúcha, que, no passado, fez parte da infância e da alegria da garotada.
Colaboração de Guilherme Ely