O Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS) recomendou, na noite desta segunda-feira (26), que as escolas privadas do Estado não recebam alunos para atividades presenciais a partir desta terça-feira (27). A mudança de posição da instituição se deve ao resultado do julgamento da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do RS, na noite desta segunda, que manteve a suspensão das aulas presenciais em todo o Estado enquanto vigorar a bandeira preta.
O presidente do Sinepe, Bruno Eizerik, lamentou a decisão em nota divulgada à imprensa. "Acreditávamos que o judiciário ouviria o pedido de milhares de famílias que voltaram ao trabalho e não têm onde deixar seus filhos. Assim como tivesse a sensibilidade de pensar nas crianças que estão tendo inúmeros prejuízos emocionais e cognitivos com a falta da convivência escolar. Mas, infelizmente, isso não foi possível. Nesta confusão jurídica os maiores prejudicados são as crianças", afirmou Eizerik.
No final de semana, o sindicato orientou as escolas de educação infantil e dos 1º e 2º anos do Ensino Fundamental a receberem alunos, tendo como base a decisão do governo do Estado de incluir as aulas presenciais dessas turmas no decreto de cogestão. A juíza Cristina Luísa Marquesan da Silva, entretanto, manteve a suspensão das aulas presenciais no domingo (25), e na manhã desta segunda o governo do Estado se manifestou pela suspensão. Várias escolas privadas abriram as portas para receber alunos nesta segunda-feira.
O Sinepe afirma que aguarda o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal sobre o pedido de anulação da decisão que suspendeu às aulas presenciais no RS, além de uma eventual mudança para bandeira vermelha no distanciamento controlado.
O Sindicreches, entidade que representa os proprietários de escolas de educação infantil lamentou a decisão, mas orientou os seus filiados que a cumpram "em sua integralidade".
"Famílias, depois de um dia de muita alegria e segurança por seus filhos estarem em um local seguro, terão que retomar as buscas por locais clandestinos ou recorrer aos parentes e amigos para cuidarem das crianças. Lockdown para as crianças", disse nota oficial divulgada nas redes sociais da entidade.
O Sindicreches ressaltou que repudia atos de protesto "no âmbito pessoal dos julgadores", referindo-se à manifestação ocorrida na frente da casa da juíza que suspendeu as aulas presenciais no domingo. A entidade, entretanto, ponderou os impactos sociais da medida. "Neste momento, estamos com mais de 175 mil famílias sem alternativa de um lugar seguro para seus filhos ficarem enquanto trabalham", diz a nota assinada pela diretoria do Sindicato.