
O bar Pito, no bairro Rio Branco, em Porto Alegre, será colocado à venda. O negócio fica na esquina das ruas Mariante e Liberdade, onde, à noite, dezenas de pessoas se aglomeram na calçada, permanecendo lá até a madrugada, mesmo quando o estabelecimento já está fechado.
Segundo as sócias, Ariane de Andrade e Luísa Silveira, um comunicado detalhando a decisão será divulgado nesta semana nas redes sociais do Pito. De acordo com elas, quando o bar abriu, em 2022, a proposta era de ter movimento na calçada, porém, a partir da chegada de negócios no entorno que somente vendem bebidas, o público mudou.
— Nós fechamos à meia-noite, pois é o horário que permite o nosso alvará. O pessoal fica na frente do nosso bar, mas compra bebidas em outros estabelecimentos. Não faz mais sentido para nós. O grande movimento se dá depois que fechamos — diz Ariane.
— A galera vai com a sua bebida. Já fizemos vários movimentos para baixar preços e atrair o pessoal para comprar no nosso bar. Tem promoção toda semana — completa Luísa.
O Pito será posto à venda nos próximos dias, mas ainda ficará aberto durante o processo. As sócias pedem R$ 450 mil pela marca e o ponto, incluindo equipamentos e a conta do bar no Instagram. O espaço tem 110 metros quadrados e opera com cinco funcionários.
O bar fica aberto de terça-feira a sábado, das 18h à meia-noite. Em alguns dias, há atrações musicais gratuitas. No cardápio, o Pito oferece drinques autorais, caipirinha, sanduíches e porções.
Queixas de moradores
O Rio Branco não é visto historicamente como um reduto boêmio. Localizado entre os tradicionais Bom Fim e Moinhos de Vento, é repleto de prédios residenciais, muitos deles antigos. O movimento, que passa da meia-noite em alguns estabelecimentos, tem incomodado vizinhos.
Em 2023, três estabelecimentos da região foram interditados após fiscalização da prefeitura de Porto Alegre. Segundo a Secretaria Municipal de Segurança (SMSEG), o fato ocorreu após uma série de denúncias de poluição sonora, perturbação ao sossego dos moradores e obstrução do passeio público.
Na época, os proprietários dos estabelecimentos criticaram a ação, reiterando que os bares tinham a documentação regularizada junto ao Executivo, além do Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndios (PPCI) em dia. Desde então, outros negócios surgiram na região, e as queixas de moradores se repetiram.