Com a imunização contra o coronavírus em andamento desde 18 de janeiro no Rio Grande do Sul, o número de pessoas vacinadas com a segunda dose no Estado chegou a 105,7 mil nesta segunda-feira (1º), e a tendência é de que o número aumente nos próximos dias. Para ajudar a esclarecer dúvidas sobre essa etapa, GZH pediu a ajuda da Secretaria Estadual da Saúde (SES) e da Secretaria da Saúde de Porto Alegre (veja os detalhes abaixo).
Ao todo, 464.466 pessoas foram vacinadas com a primeira dose, segundo o painel de monitoramento da SES. O número, que costuma ter defasagem porque depende de dados informados pelos municípios, equivale a 4,07% da população gaúcha. Desses, 105.701 (22,75% dos vacinados) já passaram pela segunda etapa, que garante maior nível de proteção contra a covid-19.
Os demais — basicamente idosos e profissionais da saúde — aguardam a data prevista para receber a dose derradeira, indicada nas carteiras de vacinação no momento da primeira injeção, de acordo com o tipo de vacina (para a CoronaVac, o prazo é de 28 dias e, para a de Oxford, 12 semanas). Enquanto o esquema vacinal não estiver completo, especialistas pedem que as pessoas redobrem os cuidados.
— Mesmo tendo recebido a primeira dose, todos têm de seguir se cuidando. A imunidade só se efetiva em torno de 15 dias depois da segunda dose. Outra questão importante é não levar a sério tudo o que circula nos grupos de WhatsApp. Há muita informação desencontrada — alerta o diretor da Vigilância em Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter.
As autoridades ressaltam que todos os que receberam a aplicação inicial têm assegurada a fase seguinte e garantem que não há motivos para ansiedade.
— Estamos passando por um momento muito delicado da história não só da cidade de Porto Alegre, mas do mundo. Só com calma, parcimônia e a parceria de todos os cidadãos é que conseguiremos vencer essa batalha — reforça a diretora da Atenção Primária à Saúde da Capital, Luciane Beiró.
Conforme a chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Estado, Tani Ranieri, mesmo que alguém não consiga comparecer no posto na data indicada na caderneta, é possível retornar depois, sem problemas.
— A pessoa pode não estar disposta no dia em que está marcada a segunda dose. Não precisa se preocupar com isso. Pode procurar o serviço posteriormente, que vai receber a segunda dose e isso não vai trazer nenhum prejuízo de resposta de proteção para ela — destaca Tani.
A seguir, em 10 perguntas e respostas, tire as dúvidas sobre a segunda dose da vacina.
1) A segunda dose da vacina está garantida para todos que já tomaram a primeira?
Sim. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, a segunda dose está garantida. Os frascos vêm sendo reservados desde a chegada das primeiras remessas. A imunização só é considerada completa apenas com as duas aplicações.
2) O fato de eu ter tomado a primeira dose e ter a data da segunda indicada na caderneta é garantia de que serei contemplado?
Sim. A Secretaria Estadual da Saúde garante que todos o que receberam a primeira dose serão contemplados com a segunda aplicação. Uma prova disso é o fato de que, até agora, não houve nenhuma reclamação de falta de segunda dose. Só em Porto Alegre, por exemplo, 35.391 pessoas já estão protegidas com a segunda aplicação (29% do público alvo nesse momento) e não houve problemas de escassez. As doses vão sendo aplicadas à medida que o prazo prescrito é atingido.
3) Existe algum risco da minha segunda dose atrasar?
Não, a menos que você não possa receber a segunda dose na data prevista. No caso da CoronaVac, a recomendação da Secretaria Estadual da Saúde é de que o intervalo entre a primeira e a segunda dose seja de 28 dias. No caso da vacina de Oxford, o prazo indicado é de 12 semanas. Se você é um idoso acamado ou vive em uma casa geriátrica, por exemplo, as próprias equipes de saúde vão retornar no período previsto. Se você fez vacina no posto de saúde, deve voltar na data apontada na caderneta, mas, se não puder comparecer no dia exato e, por esse motivo, houver atraso, não tem problema. A orientação é para que faça a segunda dose, mesmo que passe do prazo. A chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Estado, Tani Ranieri, garante que as doses estarão disponíveis.
4) Se eu não receber a segunda dose na data correta, a vacina perde o efeito?
Não. Conforme Tani Ranieri, da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Estado, se a pessoa não fizer a segunda dose no período recomendado, poderá fazer posteriormente sem problemas. Tani afirma não há perdas na resposta imunológica e que não há, também, necessidade de repetir a primeira dose, por exemplo. O que importa, ressalta Fernando Ritter, da Vigilância em Saúde de Porto Alegre, é fazer a segunda dose para completar o esquema de vacinação e atingir o maior nível de proteção possível.
5) Os protocolos para segunda dose são os mesmos em todas as cidades?
Sim. Os protocolos são os mesmos para todos os municípios e seguem orientação geral do Ministério da Saúde.
6) Idosos acamados e residentes em asilos precisam se preocupar em agendar a segunda dose?
Não. As equipes de saúde dos municípios têm o controle das datas para aplicar a segunda dose e retornam aos locais para concluir a vacinação.
7) E para os idosos que foram aos postos e drive-thrus? Qual é a orientação?
A orientação é para que, no prazo indicado na carteira de vacinação, compareçam aos postos de saúde com a carteira e um documento. Basta fazer isso para obter a segunda dose.
8) No caso específico de Porto Alegre, o que prevê o plano de ação sobre a segunda dose? O que é importante saber?
Porto Alegre conta com o Plano Municipal de Operacionalização da Vacinação contra a covid-91, com versão atualizada em fevereiro. Ali estão todos os detalhes sobre a imunização, em todas as fases, sob todos os aspectos. Há, ainda, algumas instruções normativas em vigor, entre elas a instrução normativa nº1/2021, publicada em 25 de fevereiro pela Secretaria Municipal da Saúde. O documento resume bem as orientações sobre a segunda dose. Reforça o seguinte:
1) Segunda dose para idosos acamados, com dificuldade de locomoção e para cuidadores
Segundo o documento, "o cidadão idoso acamado em domicílio ou residente de Instituição de Longa Permanência de Idosos (ILPI), dentro da faixa etária para a receber a segunda dose, será contatado pela equipe de saúde. Não haverá a necessidade de ligar e/ou enviar e-mail para a Secretaria Municipal de Saúde".
2) Profissionais de saúde
A instrução diz que "para receber a segunda dose, os profissionais de saúde deverão procurar as Unidades de Saúde portando a carteira de vacinação da covid-19".
Ainda segundo a normativa, conforme recomendação do Programa Estadual de Imunizações, "em caso de alguma ocorrência que impeça o cidadão de retornar no prazo determinado, é possível tomar a qualquer tempo a segunda dose para completar o esquema".
9) Como assegurar que não haverá aglomeração entre vacinados de primeira dose e os que recebem a segunda? O que as pessoas podem fazer para ajudar?
A orientação da diretora da Atenção Primária à Saúde da Capital, Luciane Beiró, é evitar ir aos postos nos primeiros horários da manhã, quando tem havido maior procura. Segundo ela, a experiência tem demonstrado que o início da tarde tem sido o momento mais tranquilo e pode ser uma boa alternativa para quem precisa receber a segunda dose.
10) Mesmo que eu já tenha tomado a primeira dose e esteja prestes a tomar a segunda, preciso continuar usando máscara?
Sim. É importante continuar mantendo os cuidados contra o coronavírus. Primeiro, porque o seu esquema vacinal ainda não está completo. Em segundo lugar, porque, mesmo com vacina, você pode contrair o vírus, ainda que a doença não se manifeste de forma grave. Se você for infectado e não usar máscara nem mantiver o distanciamento social, poderá disseminar a covid-19 e atingir pessoas que ainda não fizeram a vacina.
11) Quem tomou a primeira dose em um posto pode tomar a segunda em outro?
Sim. O importante é que seja administrado o mesmo imunizante da primeira dose.
12) É possível tomar a primeira dose de uma vacina e a segunda de outra?
Não. A pessoa que recebeu a primeira dose da Coronavac deve tomar a segunda dose da mesma. A mesma coisa para quem recebeu a primeira dose do imunizante da Oxford.
13) Todo mundo que é vacinado na primeira dose está recebendo carteirinha já com a data da próxima?
Não. Alguns pontos de atendimento estão informando a data prevista para a segunda dose e outros não. De acordo com o Diretor de Vigilância em Saúde de Porto Alegre Fernando Ritter, é importante que o imunizado conte 28 dias a partir do dia posterior que tomou a vacina e, a partir disso, procure um posto de saúde para tomar a segunda dose.
14) O limite para tomar a segunda dose da CoronaVac é de 28 dias após a primeira dose?
Não. De acordo com a chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Estado, Tani Ranieri esse é o tempo indicado na bula pelo fabricante e é comprovadamente o momento de melhor resposta imunológica, mas não necessariamente precisa ser aplicada neste prazo. O importante é que se cumpra o calendário com as duas doses.
15) Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a vacinação da segunda dose será anunciada quando chegarem novos lotes. Então, tem gente saindo da primeira sem saber quando fará a segunda?
Sim. Os pacientes que tomaram a primeira dose da CoronaVac já tem a segunda dose do imunizante garantida. Quando à vacina de Oxford, as doses que corresponde à segunda etapa da imunização ainda não foram distribuídas aos municípios. Na prática, a segunda dose será aplicada 12 semanas, mas é necessário que o Ministério da Saúde envie um lote de vacinas ao Estado.
16) Quem tomou a primeira dose como veranista no litoral pode tomar a segunda dose na sua cidade de residência?
Sim. Não existe lugar fixo para tomar a vacina. Os dados dos imunizados estão salvos no sistema central do Estado fazendo com que ele possa ser imunizado em qualquer cidade.