O número de pessoas hospitalizadas em decorrência da covid-19 bateu novo recorde nesta segunda-feira (1º), com 1.603 internados em UTIs no Rio Grande do Sul com confirmação da doença. A curva de pacientes em leitos de terapia intensiva em razão do coronavírus cresce ininterruptamente desde 7 de fevereiro, e aproxima o Estado de um colapso generalizado.
Há uma semana, havia 554 pacientes a menos internados em UTIs. Quando a comparação é com o início do mês, dobrou o número de doentes em unidades intensivas.
O aumento de internações se reflete na quantidade de leitos livres. No início da tarde desta segunda-feira (1o), eram 89 leitos vagos de UTI em todo o Estado, pior indicador da série histórica. As informações são repassadas pelos hospitais e os dados são atualizados em tempo real pelo painel do governo do Estado.
Conforme o último boletim de hospitalizações, a relação entre leitos ocupados e leitos livres de UTI atingiu o menor índice desde o início da pandemia. Nesta segunda, para cada leito ocupado, há 0,06 leito livre. Quanto mais próximo de zero está o indicador, mais perto de um colapso generalizado está a rede estadual de saúde. Há um mês, o indicador estava em 0,9.
Cinco regiões têm esgotamento de leitos
Além da piora no quadro estadual da pandemia, há regiões e municípios que enfrentam esgotamento da rede hospitalar. No início da tarde desta segunda-feira, as seguintes regiões apresentavam mais pessoas internadas em UTI do que leitos disponíveis: Lajeado, Novo Hamburgo, Santa Cruz do Sul, Caxias do Sul e Capão da Canoa.
Na prática, o esgotamento significa que há lista de espera e que o atendimento dos pacientes é realizado com algum grau de improvisação.
Fora dessas regiões, há cidades também com o sistema de saúde esgotado. Em Porto Alegre, por exemplo, no fim da manhã desta segunda, a ocupação passava dos 100%, com 177 pessoas em emergências na lista de espera para acesso a leitos de UTI.