A Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) está recrutando 200 voluntários, até esta terça-feira (7), para participarem de um estudo que avalia o uso de testes rápidos para o coronavírus. A pesquisa inédita, encomendada pelo Governo do Rio Grande do Sul à Universidade Federal de Pelotas (UFPel), pretende levantar a proporção de casos da doença na população do Estado e auxiliar a elaboração de estratégias de saúde pública.
Os voluntários devem já ter feito o exame do tipo RT-PCR, que utiliza amostras de secreção nasal ou da garganta, independente de resultado positivo ou negativo para a infecção, e residir em Porto Alegre. Agentes da pesquisa irão até a casa dos voluntários para colher uma amostra de sangue (uma gota) da ponta do dedo, que será analisada em poucos minutos pelo aparelho de teste dando o resultado na hora.
Para se inscrever, os pacientes devem enviar mensagem para o e-mail covidestudo@gmail.com com informações de nome, idade, telefone para contato, endereço, data e resultado do exame prévio. A identidade e os dados dos participantes são mantidos em sigilo.
A pesquisa
Inédita em todo o mundo, o estudo revelará qual o percentual de infectados no Rio Grande do Sul, quão rápido a infecção está se alastrando, por meio da comparação ao longo do tempo, e qual a porção de infectados que não desenvolvem sintomas. A partir dessas informações, permitirá que seja calculada a letalidade real da doença, ou seja, saber, do total de pessoas que pega o vírus, quantas morrerão.
Também será possível analisar qual o percentual dos infectados que vai precisar de atenção hospitalar importante, com internação em UTI e uso de respiradores, além de embasar discussões e decisões sobre o isolamento social e os graus a serem aplicados.
A UFPel está coordenando o estudo populacional em todo o Rio Grande do Sul, que prevê investigações em oito cidades e mobiliza uma rede de 10 universidades parceiras. A UFCSPA, em Porto Alegre, está responsável pelo estudo de validação dos testes que serão usados nos inquéritos populacionais.
Todo o trabalho custará R$ 1 milhão e foi pago por três empresas: a Unimed Porto Alegre, o Instituto Floresta e o Instituto Serrapilheira, do Rio.