O primeiro estudo populacional sobre a pandemia de coronavírus no Estado será coordenado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O projeto é uma parceria entre universidades gaúchas e o governo do Rio Grande do Sul.
A pesquisa busca levantar números sobre a proporção de casos de infecção, incluindo pessoas sem sintomas, e a evolução da doença. Para isso, o projeto terá quatro etapas, com testes, questionários, coleta de dados e comparações entre os resultados.
O estudo será realizado a cada duas semanas por meio de visitas a residências que serão sorteadas aleatoriamente. Os participantes serão submetidos a um teste rápido para o vírus. Ao todo, serão aplicados 18 mil testes em Pelotas, Santa Maria, Uruguaiana, Ijuí, Passo Fundo, Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul/Lajeado e região metropolitana de Porto Alegre.
O reitor da UFPel, Pedro Curi Hallal é um dos integrantes do grupo que irá executar o estudo, que ainda tem os cientistas Cesar Victora, Aluisio Barros, Bernardo Horta, Odir Dellagostin, e a reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Lúcia Pellanda (UFCSPA). Segundo Hallal, a pesquisa será fundamental para obter respostas para uma série de questionamentos que a medicina faz e poderá colaborar, inclusive, com a ciência mundial.
— Saber a proporção da população infectada pela covid-19, a velocidade com a qual a infecção se propaga e a taxa de letalidade da doença, são três prioridades da saúde pública global. A pesquisa proposta permitirá responder a essas três perguntas, de forma inédita, certamente no Brasil, e talvez até no mundo — afirma o reitor.
O estudo começará nas próximas semanas. Os resultados irão projetar estratégias públicas de enfrentamento da covid-19 e fornecer parâmetros para decisões sobre medidas de isolamento social e estimativas de tempo para o retorno da população à vida normal.