A prática médica, exemplarmente concebida para ser uma atividade plena de confiança, generosidade e gratidão, vive tempos nebulosos, marcada por desencantos, queixas e demandas judiciais, especialmente no sistema público de saúde. A Constituição de 1988, ao criar o SUS, foi sem dúvida um grande avanço comparado com o nada que tínhamos, e em situações dramáticas como a pandemia o SUS foi decisivo porque entregou o prometido. Mas no cotidiano, visto com a objetividade de quem precisa pagar as contas, tem se revelado um projeto fantasioso de saúde para todos. E as consequências de falhas gigantescas na concepção do SUS, ignoradas pelos ideologicamente cegos, só têm aumentado, ao longo do tempo, o drama da sobrevivência do sistema.
Palavra de médico
Opinião
O SUS é um projeto fantasioso com falhas gigantescas
Consequências dos erros são ignoradas pelos ideologicamente cegos e ameaçam a nobreza da profissão
J. J. Camargo