Seja para descansar, se divertir ou viver novas aventuras, o planejamento de viagens envolve uma série de questões: orçamento, escolha do destino, programação de roteiros e passeios, até roupas adequadas e a arrumação das malas.
No meio disso tudo, existe um item fundamental que as vezes é esquecido no planejamento das viagens: o calendário vacinal. Estar com as vacinas atualizadas é essencial para garantir férias com mais segurança. Afinal, o período de dezembro a fevereiro é de grande circulação de pessoas de todas as partes do mundo, o que deixa o ser humano mais exposto a doenças que não circulam por sua região.
Além disso, cada destino tem em seu ambiente diferentes doenças e agentes infecciosos com os quais podemos entrar em contato quando viajamos. Então, estar protegido é uma parte importante na hora de se organizar para as férias. Em determinados lugares, ter a vacina contra certas enfermidades pode até mesmo ser obrigatória para a entrada no país.
Atenção às dicas
Siga as recomendações médicas
— É importante que o viajante esteja atento não só às recomendações de vacinação para a região que irá visitar, mas também às recomendações estabelecidas por seu país e de algumas regiões e continentes para ter uma viagem tranquila e estar protegido contra determinados agentes infecciosos — recomenda Ana Rosa dos Santos, médica infectologista e consultora de imunização do Sabin Diagnóstico e Saúde.
Ela ainda complementa que, dependendo do destino escolhido, aumentam as chances de uma pessoa adoecer ou propagar doenças devido à exposição a determinados agentes e vetores, principalmente se não estiver vacinada.
Países de clima tropicais merecem atenção
Em países tropicais, como o próprio Brasil, vizinhos sul-americanos e africanos, é importante estar em dia com a vacina de febre amarela. O imunizante contra essa doença precisa ser aplicado a cada dez anos por toda a vida.
Vacinas para colocar em dia
No Brasil, o período do verão (dezembro a março) é marcado por chuvas e um aumento da circulação do mosquito da dengue, doença que se torna mais frequente nessa época do ano. A covid-19 também segue sendo uma preocupação, especialmente em espaços que favorecem a aglomeração e as constantes mutações virais.
Para as duas doenças, há vacinas disponíveis. Além delas, para os destinos nacionais, as vacinas contra febre amarela, hepatite A e hepatite B, também vão contribuir para uma viagem mais segura.
Quando se vacinar antes de viajar?
A vacinação não apenas protege o indivíduo que recebe a imunização, mas também contribui para a proteção coletiva. Portanto, quando for preparar as malas antes da próxima aventura, é importante não se esquecer de incluir a vacinação no checklist de itens essenciais pelo menos quatro semanas antes de sair para curtir a viagem.
Doenças e regiões de maior risco
Sarampo
Quem embarca para a Europa deve se prevenir contra o sarampo. Desde 2011, o continente enfrenta uma epidemia da doença. Dessa forma, os viajantes não imunizados e aqueles que não têm certeza disso devem rever se estão com esquema completo de duas doses da vacina tríplice viral antes de embarcarem para países europeus. África, Ásia e Oceania também possuem focos da doença.
Coqueluche
Inúmeros casos ocorrem em vários países desenvolvidos, acometendo pessoas que, ao longo do tempo, perderam sua imunidade. Se você se vacinou quando criança ou adolescente, hoje precisa tomar uma dose da vacina dTpa, que tem como objetivo preveni-lo contra a coqueluche.
A dTpa protege contra a coqueluche, a difteria e o tétano. Essa imunização é associada ainda à vacina da poliomielite inativada (dTpa/VIP), outra doença que não circula mais nas Américas, mas ainda circula em alguns países da África.
Hepatite A
Quem viaja para locais onde a hepatite A é endêmica, como determinadas regiões da América Latina, África Subsaariana e Sudoeste Asiático, deve estar imunizado. Nesses locais, a endemia possui diferentes níveis que vão de alta a média e a vacina é uma proteção segura e eficaz.
Hepatite B
Pessoas não imunizadas que viajam para países de alta endemicidade apresentam alto risco para a infecção com o vírus da hepatite B. Essa é uma doença sexualmente transmissível e pode ser disseminada por hábitos como relações sexuais desprotegidas, uso compartilhado de drogas, tatuagens feitas com materiais não descartáveis, entre outros.
Meningite meningocócica
A vacina é indispensável para quem vai para a região conhecida do Cinturão da Meningite, na África. A imunização é, inclusive, uma exigência do Ministério da Saúde da Arábia Saudita. O Cinturão corta o continente africano do Senegal à Etiópia.
A meningite meningocócica é uma doença endêmica transmitida por um portador assintomático, ou seja, de pessoa a pessoa, principalmente em aglomerações, e tem grande potencial epidêmico. A vacina da meningite meningocócica quadrivalente contra os sorogrupos A, C, W135, Y é liberada para uso no Brasil e encontra-se nas clínicas de imunização.