Cursar o Ensino Médio, graduação ou pós-graduação fora do Brasil é o sonho de muitos. Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Austrália são os principais destinos escolhidos pelos brasileiros, entre 14 e 18 anos, que desejam fazer parte ou todo Ensino Médio no Exterior. A procura cresceu 30% no ano passado em relação a 2019, conforme dados do Student Travel Bureau (STB), consultoria especializada em educação internacional.
Para este ano, o STB projeta um crescimento de 57%. Para evitar problemas na experiência, especialistas alertam que a escolha do programa de intercâmbio deve ser feita a partir de detalhada pesquisa. O primeiro passo é delimitar com clareza o objetivo: aprender um novo idioma, estudar em uma universidade estrangeira, adquirir experiência profissional ou conhecer uma nova cultura.
O gerente do STB POA, Marcio Paiva, recomenda que os interessados em uma experiência em outro país devem procurar agências de intercâmbio e planejar a viagem com antecedência.
— É preciso verificar os requisitos de visto do país de destino e iniciar o processo de solicitação com antecedência. Certifique-se de ter todos os documentos necessários, como passaporte válido, carta de aceitação da instituição de ensino (se aplicável) e demais comprovantes — alerta.
O high school, programa de educação internacional direcionado a jovens com idade entre 14 a 18 anos, permite fazer parte ou todo o Ensino Médio fora do país. A duração mínima exigida varia de acordo com cada lugar. Em geral, o período mínimo é de seis meses. Para que a convalidação da grade curricular seja efetivada na volta ao Brasil, é necessário cursar disciplinas básicas exigidas pelo Ministério da Educação (MEC) durante o período fora.
Quem deseja fazer intercâmbio deve estar ciente das condições de saúde e segurança do país de destino, além de tomar as vacinas necessárias e seguir as orientações.
— É preciso procurar uma empresa que traga confiança, inspire segurança e cuide dos processos dela do início ao fim, entre os quais a documentação. Depois disso precisa saber qual o foco e o propósito do intercâmbio — adverte.
De acordo com o STB, houve alta de 32% no 1° trimestre de 2023 entre brasileiros com perfil entre 25 e 35 anos interessados em fazer intercâmbio para aprimorar idiomas em comparação com o mesmo período de 2022. Canadá, EUA e Inglaterra são os principais destinos.
Crescimento da procura
No primeiro trimestre deste ano, o inglês segue como o idioma de maior interesse, seguido do espanhol, francês, alemão e italiano. O levantamento do STB também aponta que procura por graduação e pós-graduação (higher education) no Exterior deve aumentar 45% em 2023.
— Estudante universitário prefere Canadá e EUA, que são os países mais procurados. E estudante de idioma opta por Austrália, Irlanda e Nova Zelândia. Para um curto período de curso de inglês nas férias, a Inglaterra é o destino preferido, porque o custo da viagem de avião para a Inglaterra está mais em conta do que para o Canadá — compara.
Conforme levantamento do STB, cursos de especialização internacional em ESG (que corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização) e tecnologia registraram alta de 80% e 35%, respectivamente, em 2022.
No Rio Grande do Sul, a procura por curso de idioma lidera o ranking entre os principais programas. Em seguida estão ensino médio; trabalho voluntário; curso profissional, certificado ou diploma; e graduação. A coordenadora da Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio (Belta, em inglês) RS, Carla Mussoi, explica que muitos alunos do Ensino Médio buscam participar de experiências vocacionais e programas de liderança. Ela alerta que é importante verificar os requisitos de visto do país de destino e iniciar o processo de solicitação com antecedência.
— Certifique-se de ter todos os documentos necessários, como passaporte válido, carta de aceitação da instituição de ensino (se aplicável) e demais comprovantes — afirma.
Ela observa que nos Estados Unidos não é permitido estudar e trabalhar, mas em outros lugares os estudantes podem conciliar as atividades:
— No Canadá, se o estudante optar por fazer curso acima do ensino médio, ele pode trabalhar, o que acaba sendo uma vantagem. Na Austrália e na Nova Zelândia, quem fizer um curso com mais de 12 semanas de duração ganha a autorização para um período mínimo de estudo e trabalho — destaca.
Ranking da média de duração escolhida pelos estudantes em 2022 (Nacional):
1º - Canadá, 12 semanas
2º - EUA, 7 semanas
3º - Austrália, 21 semanas
4º- Inglaterra, 6 semanas
5º - Irlanda, 25 semanas
6º - Nova Zelândia, 12 semanas
7º - Europa, 5 semanas
Ranking da lista de idiomas mais procurados no 1º trimestre de 2023 (Nacional):
1º - Inglês
2º - Espanhol
3º - Francês
4º - Alemão
5º - Italiano