A cultura italiana e suas tradições marcam diversos municípios da serra gaúcha, região em que se estabeleceram as primeiras colônias de imigrantes no sul do país. Lugares como Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Antônio Prado, Garibaldi e Veranópolis têm atrações variadas para conquistar o visitante, de paisagens encantadoras a locais carregados de história, com rotas que possibilitam conhecer diferentes manifestações e eventos culturais, negócios e produtos locais. Oferecem, ainda, gastronomia e hospedagem para todos os gostos e bolsos. Ou seja: muitos motivos para planejar uma viagem curta e conhecer – ou mesmo revisitar – esses endereços.
Ainda para este ano, Antônio Prado se prepara para a retomada de eventos. Mas já em 2021, houve um aumento de mais de 300% no fluxo de turistas, em comparação com 2019, antes da pandemia, segundo a secretária de Comércio e Turismo, Patrícia Schenkel:
— Entendendo o contexto e as tendências do mercado de turismo, nos preparamos estrategicamente. Começamos uma série de divulgações direcionadas a um público num raio de 400 km e estamos colhendo os frutos. No segundo semestre, vamos retomar todos os eventos que estavam parados, como a Noite Italiana, em agosto, a Expoprado, em setembro, e o Nostro Natale, em dezembro. E lançaremos dois novos roteiros de cicloturismo e caminhada pelo interior.
Antônio Prado tem muitas outras atrações — como cachoeiras, grutas e vales no interior do município. Mas andar pelas ruas do Centro, admirar os detalhes do casario preservado, como os lambrequins (característicos enfeites entalhados em madeira nos beirais das casas), é mergulhar no passado da cidade e entender porque ela é considerada a mais italiana do Brasil.
O que ver em Antônio Prado
Antônio Prado fica a 180 quilômetros de Porto Alegre, para quem vai pela RS-122, entre Vacaria e Caxias do Sul. O município exibe na área central 48 imóveis tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). São casas construídas no final do século 19 e início do século 20 que constituem o mais completo conjunto arquitetônico, em madeira, da imigração italiana no Brasil. Algumas abrigam comércios e estabelecimentos culturais
A Casa da Neni (Casa 39, na Rua Luiza Bocchese, 34), construída em 1910, foi a primeira a ser tombada. Na parte de baixo, funcionava uma ourivesaria e, em cima, morava a família Bocchese. Hoje, é sede da Central de Informações ao Turista e do Museu Municipal, onde peças e objetos mostram como era a vida na época da formação do município. Funciona de terça a sexta-feira, das 9h às 11h30min e das 13h15min às 17h30min, e das 10h às 16h nos sábados, domingos e feriados. Informações pelo fone (54) 3293-5656.
Há muitos outros locais históricos para serem admirados, como o Moinho Francescatto, na Estrada para a Linha 21 de Abril. Construído na década de 1930, ele resiste ao tempo e ainda mói o milho. O visitante pode ver o moinho em funcionamento e até comprar a farinha produzida. Visitas devem ser agendadas pelo telefone (54) 3293-3207.
No centro da Linha 21 de Abril, se encontra a Ferraria Marsílio, fundada por volta de 1900 pelo imigrante Angelo Marsílio. A ferraria funcionou por quase 90 anos produzindo arados, carroças, ferraduras e consertando ferramentas. Para conhecer o local, assistir uma demonstração do uso da forja e ouvir histórias da família, é preciso agendar visitas pelo telefone (54) 3293-3946.
Uma volta pela Buarque de Macedo
Localizada a pouco mais de 110 km de Porto Alegre e conhecida como Capital Nacional do Espumante, Garibaldi abria uma das vias mais antigas do Estado. Percorrer a pé a Rua Buarque de Macedo, a principal da cidade, e seus arredores, é uma oportunidade de vislumbrar a vida colonial.
Revitalizada em 2016, a rua – que já foi uma estrada importante para o comércio da região – tem construções preservadas, com fachadas centenárias que merecem ser conhecidas. O cabeamento é subterrâneo, sem fios que atrapalhem o olhar. São 35 construções que formam um dos acervos arquitetônicos mais importantes da Serra – está lá o prédio mais antigo, erguido em 1878 e hoje sede do Museu Municipal e Arquivo Histórico e da Casa do Artesão de Garibaldi (informações pelo fone 54 3462-8118). Em cada uma delas, uma plaquinha identifica o prédio e conta um pouco de sua história.