Edilton Hofmann*
Viena
1) Situada na Stephanplatz, a Catedral de Santo Estevão merece ser visitada. Em seu estilo gótico, abriga belos altares com várias obras de arte. Nas criptas, estão sepultados os imperadores da Áustria. Se tiver fôlego, suba os 343 degraus até o topo da torre, pela porta lateral, para apreciar uma linda vista de Viena. Na vizinhança da catedral, na Rua Domgasse número 5, conheça a casa onde morou Mozart, entre os anos de 1756 e 1787. Pela tarde, é hora de se posicionar para fotografar os telhados da Santo Estevão.
2) Viena tem mais de 20 museus. Dentre eles, destacam-se os que ficam no Quartier dos Museus, nas proximidades do Palácio Imperial, como o Centro de Arquitetura, o Fórum de Design, o Museu Infantil ZOOM e as casas dedicadas a Beethoven, Mozart, Haydn e Schubert.
3) O Palácio de Hofburg forma uma cidade imperial no coração de Viena. A realeza austríaca fez história dentro dos muros do complexo, entre os séculos 13 e 19. São cerca de 2,7 mil salas, espalhadas por 18 prédios pertencentes aos Aposentos Reais, ao Tesouro Nacional, à Escola de Equitação Espanhola (onde os cavalos Lipizzan são tratados com farinha de rosca integral vinda diretamente da Escócia) e à Biblioteca Nacional.
4) O Museu de Sissi é um dos mais concorridos. A vida da imperatriz ainda gera muita curiosidade. Ela casou-se aos 16 anos, em 1854, com o imperador Francisco José I, que se apaixonou perdidamente pela beleza de Isabel da Baviera. Mas ela sempre foi rebelde, infeliz no casamento e depressiva. Não se relacionava bem com a sogra, que não a deixava conviver com seus filhos. Depois de perder a filha mais velha, com dois anos de idade, Sissi adoeceu e foi morar na Ilha da Madeira. Parece que gostou de sair da rigidez dos costumes da corte austríaca, pois dali para frente passou a viajar com frequência e se interessou por tratamentos de beleza, moda, poesia e cavalos. A bela Sissi foi assassinada aos 61 anos por um maluco italiano, na cidade de Genebra.
5) Não poderíamos deixar de mencionar o Café Sacher Hotel (Philharmoniker Strasse, 4), que faz parte da lista de pontos turísticos da cidade por sua tradição, fama e pela Sachertortte. Trata-se de uma torta/bolo coberta de chocolate puro e recheada, em camadas, com geleia de damasco, criada em 1832 e servida desde 1876. A fama tem preço: a generosa fatia, que vem com o carimbo do hotel em alto relevo, custa sete euros.
Budapeste
1) O encantador Rio Danúbio separa a capital da Hungria em duas. No lado direito, está Peste. No lado esquerdo, vê-se Buda. Oficialmente unidas desde 1873, as duas formam a cidade que ficou conhecida como Rainha do Danúbio. O Castelo de Buda é, sem dúvida, uma das imagens mais conhecidas de Budapeste. Também recebe o nome de Palácio Real, pois antigamente foi a residência dos reis da Hungria. Ao lado, está uma joia arquitetônica de Buda, a Igreja de São Matias, onde o mais famoso rei húngaro realizou seu casamento, no século 15. Seu interior, repleto de referências medievais, é um daqueles locais que devem obrigatoriamente ser visitados.
2) A região ao longo da Rua Fortuna oferece um dos melhores roteiros de passeios por Buda, com prédios históricos, ruelas, casas antigas e museus, além de restaurantes e lojas de artigos típicos e suvenires. Visite também o Magyar Allami Operahaz, o belíssimo prédio da Ópera Húngara, cuja construção foi concluída em 1884, e depois siga até a Nagy Zsinagoga, a grande sinagoga de Budapeste, considerada a segunda maior do mundo. Tem 53 metros de comprimento por 26 de largura, com assentos para 2.964 pessoas, sendo 1.492 homens e 1.472 mulheres.
3) O Bastião dos Pescadores, assim como a Praça dos Heróis, faz uma homenagem aos chefes das sete tribos húngaras. Por conta disso, o bastião possui sete lindas torres. Está localizado no topo da colina do Castelo de Buda e proporciona um visual incrível da cidade.
4) O memorial Os Sapatos às Margens do Danúbio fica situado quase em frente ao Parlamento, posicionado às margens do rio. Trata-se de homenagem aos judeus exterminados pelos nazistas. São 60 pares de sapatos feitos em bronze, em memória às vítimas – antes de serem assassinados, os judeus eram obrigados a tirar os sapatos e deixá-los ali.
5) As águas termais são uma das grandes atrações da cidade. São 125 fontes, que produzem mais de 70 milhões de litros de água por dia, com temperaturas superiores a 58°C. Frequentar uma delas custa uma média de 20 e 60 euros, variando de acordo com o pacote comprado.
Zagreb
1) A capital da Croácia divide-se entre Cidade Baixa e Alta. É na parte alta que fica a catedral datada de 1094, chamando a atenção de vários pontos da cidade com suas torres gêmeas. O cartão-postal é a Igreja de São Marcos, com seu charmoso telhado de azulejos coloridos formando a imagem dos brasões de Croácia, Dalmácia, Eslovênia e Zagreb. A igreja se destaca por seu portal sul, também em estilo gótico, composto por 15 efígies colocadas em 11 nichos. No topo, José, Maria e o menino Jesus e, abaixo, São Marcos com o leão, e os Doze Apóstolos ladeando o portal.
2) Ainda na Praça de São Marcos, ficam o Parlamento, o Palácio do Primeiro-Ministro e a Corte Constitucional. Ali perto, está o curioso Museum of Broken Relationships, dedicado às histórias de amor desfeitas e, junto a ele, a Torre de Lotršcak, e logo adiante, o Teatro Nacional. Para ter uma panorâmica cidade, subimos até o 16º andar da Zagreb Eye, onde há um deck de observação.
3) Zagreb tem muitas referências históricas, como a Praça Ban Jelacic, que homenageia um personagem pátrio que lutou contra os húngaros, em busca da liberdade e unificação da Província da Croácia. Sua estátua sobre um cavalo, empunhando uma espada, fica bem no meio da praça.
4) Pelo caminho, está a Praça Kaptol, imperdível e com vários monumentos. A linda escultura de Sagrada Virgem Maria cercada por quatro anjos, esculpida também por Anton Dominik Fernkon. A pujante Catedral de Assunção da Sagrada Virgem Maria é dedicada à Virgem e também ao rei húngaro Santo Estevão, segundo patrono da cidade.
5) Para dar uma trégua aos monumentos, fomos até a Rua Skalinska, um caminho bem inclinado e cheio de degraus, onde ficam alguns dos bons restaurantes, como o Nokturno e o Leonardo, com mesinhas dispostas sobre os largos degraus, e no meio da rua. Ao final da Skalinska, fica a Rua Tkalciceva, exclusiva para pedestres e a mais badalada da cidade. Na parte de trás de um dos bares do lugar, há uma estátua em bronze de uma mulher com trajes antigos e sombrinha na mão. É Marija Juric Zagorka, um ícone no país. Foi a primeira mulher croata jornalista, escritora de famosos romances e grande defensora dos direitos da mulher. Sua residência fica na Praça do Mercado Dolac, onde estão em exposição seus utensílios e onde funciona um Centro de Estudos da Mulher.
Bratislava
1) Chegamos de ônibus à encantadora e agradável capital da Eslováquia, um país de formação recente, surgido de uma separação amigável dos eslovacos em relação a seus vizinhos tchecos, em 1993. Sua cultura, porém, remonta aos tempos da Idade do Bronze, bem antes de Cristo. De lá para cá, seu território já passou pelas mãos de vários impérios, como o austríaco, fez parte da Tchecoslováquia durante boa parte do século 20, foi invadida por nazistas e soviéticos, e há pouco tempo se estabeleceu como um país independente. Como era um domingo, fomos direto para a Praça Principal, onde se realizava uma movimentada feira de artesanatos e comidas. Depois, seguimos a indicação de visitar a Igreja Azul, onde estavam ocorrendo batizados.
2) Os três dias que ficamos em Bratislava foram poucos. Ainda assim, conhecemos alguns de seus principais pontos históricos e turísticos, como a Catedral de São Martinho, uma igreja gótica de três naves, do século 15, que fica na cidade velha. Entre os anos de 1563 e 1830, serviu como igreja da coroação do Reino da Hungria, todos da linhagem dos Habsburgos. Registros afirmam que 10 reis, uma rainha e sete esposas reais da dinastia dos Habsburgos foram coroados aqui.
3) O castelo, localizado em uma colina acima do centro histórico, é marco da cidade. O interior é um museu de história, embora muitas câmaras se apresentem vazias e subutilizadas. A atração original mais antiga do local é a Torre da Coroa, do século 13. Outro destaque é a pintura do barroco tardio Assunção da Virgem Maria (1762-3), de Anton Schmidt, no Music Hall.
4) A cidade cultua três imagens feitas em bronze, espalhadas pela área central: a de um homem saindo do chão, conhecido com Cumil, o observador; o Schone Naci, um baixinho simpático que saúda os visitantes; e o soldado de Napoleão, referência para fotos de todos os turistas que transitam pelo local.
5) Outra referência que recomendo é o Monumento Slavín, um imponente memorial de guerra em homenagem aos 6.845 soldados do Exército Vermelho que morreram lutando para libertar Bratislava, em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial. Fica no alto de uma montanha e também proporciona uma bonita vista da cidade. No topo, há uma estátua de 11 metros de um soldado russo carregando uma bandeira. Na base do monumento, estão gravadas as datas de libertação das cidades eslovacas pela então União Soviética. Ao lado, está o cemitério onde repousam os soldados homenageados.
Praga
1) Nos três dias em que circulamos pela capital da República Tcheca, visitamos primeiramente a Ponte das Correntes (Ponte Carlos), a Igreja de Nossa Senhora Vitoriosa, onde está a imagem do Menino Jesus de Praga, e o Castelo de Praga, que fica na parte mais alta da cidade. Tirando a vista geral, nada justifica tanta fama e a cobrança de um ingresso relativamente caro.
2) Continuando, passamos pela Torre da Pólvora e pela Praça da Cidade Velha, com o Relógio Astronômico, outro "pega-ratão": são milhares de turistas disputando espaço para esperar a hora cheia e então fotografar e filmar os personagens que aparecem de rapidamente, certamente de tão cansados que estão e de tanto repetir a função ao longo do dia. Frustração geral!
3) Para quem é chegado a um museu, a cidade é um prato cheio: são nada menos do que 19, incluindo alguns "estranhos", como o Museu dos Instrumentos de Tortura, Museu das Máquinas Sexuais, Museu das Miniaturas, Museu da KGB, Museu do Comunismo, Museu dos Sanitários e Penicos Históricos, Museu dos Fantasmas e Lendas de Praga, Museu dos Alquimistas e Mágicos Antigos e Museu do Bunker Nuclear.
4) Ao visitar Praga, não deixe de conhecer qualquer um dos restaurantes da rede Lokal, onde é servido o melhor da gastronomia checa e a imperdível Pilsner Urquel, considerada a melhor cerveja clara do mundo.
5) Outras dicas são os restaurantes e cervejarias U Pikasu, Virna u Sudú e Prague Beer Museum, com nada menos do que 31 rótulos de cervejas; e o Klasterni Pivovar Strahov, que fica dentro do Mosteiro Estrahov, nas imediações do Castelo.
*Ex-agente de viagens e editor do site viajandei.com.