A Rota do Chimarrão começa em um lugar onde ele é nosso baita companheiro: a estrada. Para quem sai de Porto Alegre, vale encher a térmica, porque são quase 130 quilômetros, cerca de uma hora e 40 minutos de viagem até Venâncio Aires.
A cidade do Vale do Rio Pardo é conhecida como a capital nacional da bebida. Não por acaso, é lá que ocorre a Fenachim (a 15ª edição foi realizada em maio). Durante muito tempo, Venâncio era destaque na produção de erva-mate, hoje expandida pelo Rio Grande e por outros Estados. Mas o carinho com esse plantio continua tão presente entre os moradores, que eles resolveram organizar um roteiro para quem só conhece o pó verde no pacote.
Antes de passear pelos ervais, as lavouras de erva-mate, nossa primeira parada é na Escola do Chimarrão. Ela existe desde 1998, antes de surgir o roteiro turístico.
— Chimarrão pode parecer uma coisa tão comum para o gaúcho, mas, na verdade, tem muito detalhe, muita especificidade — conta Rejane Rüdiger Pastore, fundadora da instituição.
Aproveitando o conhecimento dela, fiz duas perguntas básicas: como escolher a cuia? E a bomba?
— Como se trata de uma bebida quente, recomendamos a cuia de porongo ou de madeira, porque ela segura mais o calor internamente. E a melhor bomba é a de inox, porque é a única que não oxida — diz Rejane.
Há muitas outras dicas, afinal, existem 36 formas de preparar o chimarrão. Quem faz o curso ganha até certificado!
Visita às lavouras e galinhada típica
O nome oficial do roteiro é Rota do Chimarrão e dos Ervais – essas lavouras podem ser visitadas pelos turistas, que, em propriedades rurais, acompanham o processo pelo qual a folha passa até chegar aos pacotinhos que a gente está acostumado a comprar. Dá até para provar a erva-mate em suco.Aliás, no almoço fizemos uma pausa para uma galinhada típica, que faz parte do pacote turístico. A propósito: o passeio, com galinhada inclusa, custa de R$ 30 a R$ 40. Informações e agendamentos pelo fone (51) 99996-0350.
O roteiro também inclui uma visita a uma chácara do mel. Mais de 500 mil abelhas vivem na propriedade em que o #PartiuRS esteve. Todas são sem ferrão, por isso, não precisamos usar equipamentos de proteção.
— Todo mundo pode criar em casa. Essa abelha é muito acessível e produz um mel muito gostoso, bem docinho — afirma o estudante de Agronomia Felipe Cherobini.
Nossa última parada é na serra de Venâncio Aires. A gente se afastou uns 30 quilômetros do centro para conhecer uma figueira espetacular. Fica em uma propriedade particular e, segundo engenheiros florestais e biólogos, tem mais de 350 anos de idade. Os galhos da árvore são tão extensos, que atravessam a estrada.
Como chegar
Da Capital, a viagem de 124 quilômetros é pelas estradas BR-290, BR-448, BR-386 e RS-287.