Enquanto algumas cidades sofrem com o excesso de moradores, outras enfrentam justamente o problema contrário: por conta da falta de habitantes, elas correm o risco de desaparecer. Por este motivo, seus representantes tomam providências um tanto quanto inusitadas para resolver a situação.
Um exemplo é Locana, uma pequena cidade localizada na região do Piemonte, na Itália, cujo o prefeito, Giovanni Bruno Mattiet, está disposto a pagar até 9 mil euros (aproximadamente R$ 38 mil) durante três anos para famílias que desejarem residir em meio aos picos nevados da região, desde que tenham um filho e possuam um salário mínimo anual de 6 mil euros (R$ 25 mil). As informações são da CNN.
De acordo com Mattiet, a população que em 1900 era de 7 mil moradores, hoje em dia se resume a apenas 1,5 mil habitantes.
— Nossa escola enfrenta todos os anos o risco de fechar devido a poucos alunos. Não posso permitir que isso aconteça — afirma Mattiet.
A cada ano, Locana registra uma média de 40 mortes e apenas 10 nascimentos. Na Itália, este é um cenário familiar: nos últimos 30 anos, uma em cada quatro pequenas comunidades se tornou uma cidade-fantasma. Agora, existem 139 aldeias com menos de 150 habitantes.
Inicialmente, a proposta do prefeito de Locana se aplicava apenas a italianos ou estrangeiros que já residiam no país. Como não obteve um bom retorno, o prefeito decidiu ampliar o leque e oferecer a oportunidade também para pessoas do Exterior.
— Estamos procurando atrair principalmente jovens e profissionais que trabalham remotamente ou estão dispostos a começar uma atividade aqui. Há dezenas de lojas fechadas, bares, restaurantes e lojas apenas esperando por novas pessoas para executá-las — diz ele.
Locana não é a única cidade do Piemonte em busca de crescimento no número de habitantes. Em Borgomezzavalle, o prefeito, Alberto Preioni, está apostando suas cartas em uma jogada que acredita que será certeira para ampliar a população, que, atualmente, se resume a 320 pessoas. Além de vender casas por apenas 1 euro (R$ 4,22), ele também está pagando todos que chegam na cidade e decidem começar uma nova família.
Em entrevista à CNN, Preioni contou que Borgomezzavalle foi fundada em 2016, a partir de uma fusão de duas aldeias vizinhas que estavam desaparecendo.
— Temos muito dinheiro para investir, mas precisamos de crianças e jovens. É por isso que estou oferecendo mil euros para cada recém-nascido e outros dois mil euros para qualquer pessoa que queira iniciar um negócio — afirmou.