Ainda sem conhecer agente causador de surto de diarreia, Florianópolis já tem cerca de 2,9 mil casos diagnosticados desde o início do ano, segundo dados da tarde desta quarta-feira (18). Outras sete cidades do Estado catarinense também enfrentam o problema. A Secretaria de Saúde de Santa Catarina (SES) projeta para a próxima semana o laudo que poderá identificar a origem da doença, que atinge, especialmente, as áreas de praia.
O número é 62,5% maior do que o registrado no boletim da última sexta-feira (13) e representa apenas uma parte dos casos. Isso porque não há um levantamento unificado da da SES, ou seja, cada município contabiliza o número de diagnóstico em sistemas próprios.
Até o momento, as cidades que registraram surtos são Florianópolis, Balneário Camboriú, Bombinhas, Navegantes, Penha, Balneário Piçarras, Porto Belo e Itapema. GZH entrou em contato com as secretarias de Saúde de cada cidade, mas as únicas que já informaram os dados atualizados foram as equipes da Capital, com 2.926 casos, e de Navegantes, com 375.
É possível afirmar, portanto, que já passa de 3,3 mil o número de diagnósticos positivos da epidemia de diarreia em Santa Catarina. A SES e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) estão investigando o que causou o crescimento nos casos de doença diarreica adulta (DDA).
— Estamos trabalhando para identificar o agente causador. Cremos que até a próxima semana teremos mais informações — afirma Gislaine Fongaro, uma das pesquisadoras da UFSC responsáveis pela investigação.
Amostras de água
Devido ao aumento no número de casos de doenças diarreicas agudas detectado nos municípios litorâneos, as equipes técnicas da Vigilância Epidemiológica e Sanitária e do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) ampliaram o trabalho de análise para incluir amostras de água de rios e do mar. O primeiro município a entregar o material foi Balneário Piçarras.
Segundo Fábio Gaudenzi, médico infectologista da SES catarinense, o crescimento de ocorrências de doenças diarreicas agudas é comum durante o verão. Características da estação contribuem para isso: maior circulação de pessoas nas cidades catarinenses, mudança de hábitos alimentares e exposição de alimentos ao calor são alguns dos motivos que podem levar a quadros de diarreia.
— É um padrão similar aos outros anos, mas com um número maior de casos — explica.
A região norte da capital catarinense concentra o maior número (1.886) de casos, mas a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do sul da ilha, localizada no Campeche, também atendeu a 1.040 pessoas com as mesmas queixas. Veja onde procurar ajuda em Florianópolis.
*Produção: Yasmim Girardi