Opção para quem quer se deslocar em direção a Balneário Pinhal e arredores, a RS-040 é uma das principais rodovias que fazem a ligação da Região Metropolitana com o Litoral Norte. A estrada tem 95 quilômetros de extensão e está sob duas administrações diferentes.
Os primeiros 11 quilômetros são de responsabilidade do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). A partir do entroncamento com a RS-118, a administradora do trecho é a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR).
A reportagem de GZH circulou pela RS-040 na manhã da última segunda-feira (7) para conferir as condições da rodovia. A falta de acostamento em parte da estrada é o maior problema.
Pavimentação
O pavimento não tem defeitos que comprometam a viagem. Apenas na parte inicial, sob administração do Daer, é possível observar frisos no asfalto em um ponto. O problema maior da rodovia é a pavimentação do acostamento.
Ao longo do percurso, GZH identificou um serviço sendo feito no pavimento, no sentido litoral-Capital, pouco antes do pedágio, localizado no km 19,5. Segundo a EGR, a atividade faz parte da manutenção da rodovia. Estão sendo implantados drenos para evitar a infiltração de água em áreas elevadas, o que pode prejudicar as camadas de base da estrada.
Geometria
O grande problema da RS-040 é que parte dela não tem acostamento. Um exemplo é o trecho inicial, que passa por dentro do município de Viamão. Em compensação, há diversas saídas para outras ruas da cidade, que podem servir para deixar a estrada se for preciso. Entre os kms 11 e 26, em Águas Claras, o acostamento é usado como faixa adicional nos dois sentidos. Apesar de dar mais fluidez ao trânsito, há o risco de causar congestionamento na faixa se ela ficar bloqueada caso algum veículo estrague.
A partir do km 26, há acostamento livre, mas ele apresenta diversas irregularidades até o fim da rodovia. Há muitos buracos e grama crescendo em alguns pontos, implicando em dificuldade para o motorista que precisa parar o veículo por algum motivo.
A construção do viaduto da RS-040 sobre a RS-118 eliminou um gargalo que havia no local. A obra, que tinha como objetivo acabar com os congestionamentos no entroncamento das duas rodovias, foi entregue em abril deste ano e custou R$ 20,6 milhões.
Na altura do km 94, em Balneário Pinhal, as dunas alcançavam as margens da rodovia no sentido litoral-Capital quando GZH esteve na região, mas não chegavam a invadir a rodovia. No raio X feito por GZH em 2019, a areia chegava a bloquear parcialmente a pista.
Também nos quilômetros finais da rodovia, há uma ciclovia a partir do km 91, no sentido Capital-litoral. No km 94, no entanto, os tachões terminam e a linha branca segue, o que não deixa claro se a marcação segue sendo para a ciclovia ou se passa a ser uma espécie de acostamento.
Sinalização
A sinalização vertical é um dos pontos fortes da rodovia, que tem placas indicando as paradas (dentro de Viamão), além de retornos e acessos a determinados locais. As placas de quilometragem também aparecem com frequência, com exceção do trecho inicial, dentro da cidade de Viamão, onde são raras.
Com relação à sinalização horizontal, a pintura está boa em praticamente todos os trechos. GZH identificou problemas na linha que divide as faixas do mesmo sentido nos quilômetros iniciais da rodovia, em Viamão, o que confunde os motoristas. Nesse mesmo trecho, administrado pelo Daer, faixas de segurança estão começando a se apagar, assim como uma pintura que indica a velocidade máxima.
Limpeza
De forma geral, a vegetação às margens da rodovia está baixa, mas há grama crescendo em alguns trechos onde há acostamento, o que indica falta de manutenção. Ao longo do trajeto, GZH identificou três pontos com acúmulo de lixo em acostamentos ou refúgios, na altura dos kms 53, 60 e 69 - até um sofá abandonado foi encontrado, mas já fora da área da rodovia, afastado do acostamento.
Serviços
No trecho inicial administrado pelo Daer, não há serviços médico e mecânico disponíveis. Em caso de emergências, o motorista deve ligar para o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) pelo telefone 198. Os bombeiros podem ser acionados pelo 193.
Já o trecho entre os kms 11 e 95, segundo a EGR, conta com uma ambulância baseada em Viamão e outra extra no período de veraneio, em Capivari do Sul, em operação entre o início de dezembro e o início de março. O telefone para ambulância é 0800 0090 192, e para guincho, 0800 648 3903. A empresa também mantém a RS-784, de Cidreira (km 0) a Balneário Pinhal (km 14). O pedágio custa R$ 7 para automóveis em Viamão.
Contrapontos
O que diz o Daer
"A ERS-040 apresenta 11,240 quilômetros sob jurisdição do Daer, entre o Arroio do Sabão e Viamão e entre Viamão e o entroncamento com a ERS-118. O restante do segmento está sob responsabilidade da EGR.
As intervenções no asfalto serão realizadas assim que houver recursos financeiros disponíveis, já as na sinalização dependem do contrato para este fim, que está sendo providenciado."
O que diz a EGR
"A rodovia apresenta excelente condição e tem recebido serviços periódicos de manutenção de pavimento. A sinalização encontra-se em bom estado – inclusive do km 11 ao km 45 foi toda revitalizada neste ano e do km 45 ao km 95 haverá reforço na pintura, com vistas a atender o movimento do verão. O recolhimento de lixo não é responsabilidade da EGR e sim dos municípios."
A EGR informou que o serviço de pintura entre os km 45 e 95 começou nesta semana. GZH questionou se os motoristas encontrarão homens trabalhando na pista em dias de movimento no verão. Sobre isso, a empresa informou que "possivelmente não, a fim de evitar transtornos aos motoristas. O período de execução é de de 10 a 15 dias, dependendo do clima".
Sobre as más condições do acostamento, a empresa disse, em nota, que "em alguns pontos, construções e acessos irregulares na faixa de domínio prejudicam o estado da área de acostamento. A EGR executa ações constantes de conservação nestes locais, porém os acessos irregulares feitos por proprietários lindeiros – sem projeto e drenagem apropriados – frequentemente causam problemas no solo". No trecho em que não há acostamento, entre os kms 11 e 26, a empresa informou que há a terceira e quarta faixas, mas destacou que "existem locais ao longo de toda a rodovia onde os veículos podem estacionar sem precisar parar na pista de rolamento".
GZH também questionou a empresa sobre a ciclovia construída nos quilômetros finais. A EGR detalhou que foi construído um acostamento, mas que a prefeitura instituiu uma ciclovia para "possibilitar o tráfego de pedestres que antes utilizavam a pista de rolamento e, agora, possuem uma área com segurança para transitar caminhando ou com bicicletas".