A Rota do Sol é a principal ligação da serra gaúcha com o Litoral Norte. A reportagem de GZH analisou os 164 quilômetros entre Caxias do Sul e Terra de Areia para verificar as condições das três rodovias que compõem a Rota do Sol às vésperas do início do veraneio de 2020-2021: RS-122 (km 69 ao 80) em Caxias do Sul, RSC-453 (km 141 ao 256) entre Caxias e São Francisco de Paula e RS-486 (km 0 ao 38) entre São Francisco de Paula e Terra de Areia.
De problemas, a situação do asfalto em diversos trechos é preocupante, já que pode levar a acidentes. Já as duas obras existentes entre Itati e Terra de Areia causam redução de pista e têm potencial para gerar congestionamentos. A Rota do Sol é mantida pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer).
Pavimentação
No trecho urbano da Rota do Sol, em Caxias do Sul, a parte mais crítica em relação à pavimentação se concentra nos 11 quilômetros da RS-122 (entre o Viaduto Torto e o acesso ao bairro Santa Fé). O km 76 da RS-122, na rótula de Monte Bérico, é um dos pontos onde o asfalto apresenta mais irregularidades, principalmente na faixa adicional no sentido Caxias-litoral.
Já na RSC-453, o trecho que demanda mais atenção são os cerca de cinco quilômetros nas proximidades de Tainhas, localidade de São Francisco de Paula. Entre os kms 236 e 241, há um trecho contínuo de asfalto irregular, com alguns buracos maiores no km 239.
O início da RS-486, na divisa entre São Francisco e Itati, apresenta recapeamento irregular, com buracos pequenos. No trecho litorâneo da RS-486, há outros dois pontos de atenção: uma ondulação na pista na altura do km 14, que leva motoristas do sentido Caxias-litoral a invadirem a pista contrária, e uma depressão no km 15, que força uma redução brusca na velocidade, situações que podem levar a acidentes. Além disso, o trecho do acesso a Três Forquilhas também está com asfalto irregular.
Geometria
A rodovia tem pista simples em toda a extensão, com aclives e declives na parte da Serra. Nos trechos mais íngremes, há faixas adicionais, mas o benefício acarreta a eliminação do acostamento. A situação do acostamento é boa na maior parte da rodovia, com exceção do trecho de cinco quilômetros próximo a Tainhas, onde é praticamente inexistente. Há diversos pontos de ultrapassagem, mas a manobra exige atenção porque são trechos curtos.
No sentido Caxias-litoral, há curvas fechadas em declive no trecho da Serra do Pinto. No sentido litoral-Caxias, o trajeto de subida da Serra conta com pista adicional contínua do km 14 ao 2. Na parte litorânea, a estrada é praticamente toda plana.
Entre Itati e Terra de Areia estão os dois maiores problemas da Rota do Sol nesta temporada. A contenção da barreira que caiu sobre a pista no km 4, na cabeceira do Viaduto da Cascata, ainda não foi concluída. Enquanto as máquinas trabalham, o trânsito flui de forma intermitente em apenas uma pista. No km 13, há outra obra de contenção de barreira, o que deixa o trânsito em pista simples no segundo túnel para quem trafega no sentido Caxias-litoral.
Sinalização
De forma geral, a Rota do Sol está bem sinalizada. As exceções são trechos em que a pintura da pista está apagada, como a parte da RS-122, o intervalo entre os kms 236 e 241 da RSC-453, em Tainhas, e o km 0 da RS-486, em Aratinga. Os kms 4 e 13 da RS-486, que estão em obras, contam com boa sinalização.
Limpeza
Não há vegetação alta nas margens da rodovia para atrapalhar a visão dos motoristas ou o acesso ao acostamento, com exceção de um trecho na localidade de Lajeado Grande, em São Francisco de Paula. Quando a reportagem percorreu a rodovia (terça-feira, dia 8), equipes faziam a roçada da vegetação às margens da RS-486, no km 2. Também não há pontos de depósito de lixo ao longo da Rota do Sol.
Serviços
A rodovia não é pedagiada, por isso, não conta com serviço próprio de guincho ou de socorro. O policiamento é realizado pelos pelotões rodoviários de Farroupilha, Gramado e Torres, todos distantes da estrada. A partir do dia 18, deve haver reforço no policiamento e na prestação de socorro a partir de uma base localizada em Lajeado Grande.
Contraponto
O que diz o Daer
Segundo o Daer, o contrato de conservação da 2ª Superintendência Regional de Bento Gonçalves deve atuar no trecho da RS-122 para sanar os problemas, e as intervenções devem começar na próxima semana.
Em relação ao trecho de Tainhas, entre os kms 236 e 241 da RSC-453, a autarquia informou que está programando ações de conservação, a serem realizadas assim que houver recursos financeiros disponíveis.
Sobre os defeitos nos kms 14 e 15 da RS-486, em Itati, "o Daer esclarece que a Superintendência Regional de Osório está mobilizada para corrigir o problema antes da temporada de verão".
Quanto à previsão de conclusão das obras nos kms 4 e 13, o departamento informou que a pista deve ser liberada nos dois pontos em 18 de dezembro. No entanto, as obras prosseguirão, com previsão de serem concluídas no primeiro semestre de 2021.