A carcaça de uma tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) chamou a atenção de quem caminhava pela areia da praia de Atlântida, no Litoral Norte, na manhã desta segunda-feira (28). O animal estava próximo à plataforma marítima.
Quem identificou a espécie a pedido de GZH foi Maurício Tavares, biólogo do Ceclimar. Segundo ele, embora não faça a desova por aqui, é um animal muito comum na costa gaúcha ao longo do ano inteiro. Nos meses quentes (primavera e verão), é mais frequente de serem encontradas encalhadas na areia. O litoral do Rio Grande do Sul é uma importante área de alimentação e desenvolvimento para a espécie.
O principal motivo que leva à morte delas, segundo o biólogo, são as capturas acidentais por redes de pesca. Tavares acredita que ela tenha ficado presa em uma rede e morrido sem conseguir voltar à superfície para buscar ar:
— Isso ocorre com tartarugas marinhas e toninhas, e essa tartaruga é jogada no mar de novo, porque é proibido comercializar o animal no Brasil. Então ela acaba derivando e encalhando na beira da praia.
Em razão do estado em que foi encontrada, inchada e com olhos esbugalhados, ele imagina que ela tenha morrido já há algum tempo e ficou a deriva.
— Normalmente, ela morre em redes colocadas em barcos mais afastados da costa, então não são essas redes de beira de praia. Ela pode ter vindo de bem longe. Inclusive, essas carcaças podem andar por centenas de quilômetros — explica.
Essa espécie pode chegar até 136cm de comprimento curvilíneo de carapaça, e a expectativa de vida é de 47 a 67 anos.