Um flagrante de desrespeito às regras de distanciamento social e ao uso de máscaras de proteção facial foi feito por veranistas que passam o final de semana em Capão da Canoa. Conforme o relato de pessoas que passavam pela orla na tarde deste domingo (27), um grande número de jovens se reunia nas proximidades de um quiosque e também na areia da praia, consumiam bebidas alcóolicas ao som de música alta e mantinham proximidade inferior a dois metros. A reportagem da RBS TV também flagrou a aglomeração.
O cenário contrastava com o registrado em geral no Litoral Norte: poucas pessoas na praia e respeito ao distanciamento no sábado e no domingo. Soldados da Brigada Militar estavam próximos ao local e observavam a cena sem interferir. Conforme as regras do distanciamento controlado do governo do Estado, as prefeituras têm aval para permitir a permanência do público nas praias e nas faixas de areia, desde que haja fiscalização e que as aglomerações sejam coibidas. O Estado chegou a proibir o uso da faixa de areia no início de dezembro, mas flexibilizou as regras após pedido dos municípios do Litoral, alegando risco de perda financeira.
Por meio da assessoria de imprensa, o governo do Estado informou que "o último decreto estadual sobre as normas do Distanciamento Controlado (Decreto N° 55.644, de 14/12/2020) estabelece que está proibido a permanência na faixa de areia nas regiões de bandeira vermelha. A norma determina que Decreto municipal poderá autorizar permanência, desde que conte com mecanismos para viabilizar fiscalização para coibir aglomerações."
Conforme a assessoria de imprensa da prefeitura de Capão, a dispersão de aglomerações deve ser feita pela Brigada Militar, uma vez que a fiscalização municipal não tem poder de polícia para agir nestes casos. O artigo 6º do decreto municipal sobre as medidas de distanciamento, entretanto, prevê que "a fiscalização será exercida pela equipe de Servidores do Município de Capão da Canoa".
O coronel Marcel Vieira Nery, do comando Regional de Polícia Ostensiva do Litoral, afirma que o controle das aglomerações está vinculado ao poder público municipal, e a Brigada Militar está trabalhando para apoiar as ações do município.
– Na noite de ontem (sábado), tivemos ação em parceria com Ministério Público e prefeitura, no calçadão de Capão e fechando casas noturnas. Não seria razoável chegar ali (na beira da praia) e prender todo mundo. A nossa prioridade são ações que envolvam delitos – explica.
Proprietário do quiosque onde houve a intensa movimentação, Max Machado garante que procura orientar os clientes para a importância do distanciamento e do uso constante de álcool gel, mas que não tem controle sobre o que ocorre na areia.
– Temos 16 mesas que são distantes umas das outras e com número de assentos limitados a quatro ou cinco. Nesses casos, os nossos funcionários conseguem monitorar. Mas muitas outras pessoas vão se juntando na areia, trazem suas cadeiras de praia, caixa de som, cooler. Tentamos orientá-los sobre o distanciamento, mas eles alegam que a praia é pública, e muitas vezes permanecem onde estão – disse Machado.
