Pedalar em Tramandaí não é das atividades mais seguras. Não há ciclovia em nenhum trecho da orla de 25 quilômetros e as faixas para ciclistas em outras regiões da cidade são escassas. A ausência incomoda turistas, que são obrigados a invadir o espaço da calçada ou circular em meio aos carros. A prefeitura promete entregar uma ciclofaixa de 2,6 quilômetros, na orla central, no mês de junho.
Veranista há 35 anos na cidade, a engenheira civil Raquel Simone da Silva, 40 anos, passeava com a filha, Mariana Ramos, sete anos, no calçadão à beira-mar, no sábado passado (19). A velocidade era bem reduzida, para não atropelar ninguém.
— É meio complicado andar porque tem de dividir espaço na calçada, e o pessoal reclama. Às vezes, a gente buzina, mas as pessoas não gostam. Também falta rampa nas esquinas, para não ter de descer da bicicleta toda hora para atravessar a rua — afirma.
Os atuais 3 quilômetros de ciclovia em Tramandaí ficam na Avenida da Emancipação, que está bem conservada, e na movimentadíssima Avenida Fernandes Bastos, a via que segue para quem sai da ponte de Imbé. Esta última tem aspecto pouco receptivo a ciclistas: o recuo é dividido por um cordão de concreto, mas não há placas de sinalização, a ciclovia não é pintada de cor especial e o barulho do trânsito na avenida atordoa.
Acidentes preocupam moradores locais
Em uma pequena rua transversal à Fernandes Bastos, a recicladora Marilene da Silveira, 50 anos, pedalava fora da calçada para ir a um mercadinho. Moradora de Tramandaí, ela se queixa da falta de ciclovias na cidade e afirma que há acidentes entre ciclistas e motoristas:
— Não é nada tranquilo pedalar aqui. Tinha que ter mais ciclovias.
A orla está em obras e deve inaugurar uma faixa de 2,6 quilômetros para ciclistas em março, entre a Avenida Ubatuba de Farias e a Santinha. O projeto também contempla 12 locais para guardar a bicicleta com piso iluminado por energia solar. As reformas, com verbas municipais e do governo federal, sairão por R$ 286 mil. Na quarta-feira passada, a reportagem observou trabalhadores marcando com tinta a ciclofaixa na rua. A prefeitura planeja, no futuro, construir uma ciclovia até a Zona Sul da cidade, em um trajeto que conectaria Tramandaí a Nova Tramandaí. Não há, no entanto, prazo para entrega.
As obrigações dos motoristas
- Conforme o Código Brasileiro de Trânsito, bicicletas são consideradas veículos e, portanto, prioritárias em relação a outros veículos para circular na rua.
- O Código diz que os maiores veículos são responsáveis pelos menores e que carros não devem fechar bícis ao entrar à esquerda ou à direita.
- Ameaçar o ciclista com o carro ou colar na traseira da bicicleta são infrações gravíssimas _ a distância deve ser de ao menos 1,5m da roda traseira da bicicleta.
- O motorista também deve dar preferência de passagem ao ciclista – inclusive se o sinal ficar verde.
- Ao estacionar, motorista e passageiro são obrigados a olhar antes de abrir a porta, para não interceptar o ciclista.
- Motoristas também não podem andar ou estacionar em ciclovia – a infração é a mesma que circular em calçada.
As obrigações dos ciclistas
- Ciclistas devem usar a ciclovia quando ela existir. Caso contrário, devem pedalar na rua no mesmo sentido dos automóveis e próximo à calçada, e não em direção contrária nem no meio da rua.
- Circular pela calçada só está autorizado quando a ciclofaixa for ali ou quando sinalizado pela prefeitura.
- Caso o ciclista circule na calçada, deve descer e empurrar a bicicleta.
- Ciclistas devem dar sempre preferência ao pedestre e são responsáveis pela segurança dele.
- A bici deve, obrigatoriamente, ter campainha, luz noturna na frente, atrás, na lateral e nos pedais, além de espelho retrovisor do lado esquerdo.
Veja a situação em outras três ciclovias
