A crise financeira no país comandado por Mauricio Macri fez cair drasticamente o número de turistas argentinos no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Isso se percebe nas ruas e nas areias das praias gaúchas - locais onde o espanhol está escasso. Também nos aluguéis de temporada e nos hotéis. A rede hoteleira viu o número de hermanos cair, segundo a presidente do Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares do Litoral Norte, Ivone Ferraz. Ela não informou números de argentinos que deixaram de vir neste ano, somente o percentual desta queda na comparação com 2018: 60%.
– Houve um queda muito grande. Eu, por exemplo, que tenho dois hotéis em Torres, recebia 30 ônibus com argentinos por semana. Desta vez, vieram cinco – relata a empresária.
Segundo Ivone, alguns hotéis da região, sabendo da crise financeira na Argentina, se prepararam e investiram em buscar os turistas regionais e nacionais.
– Eu fui em uma feira de turismo na Argentina, no ano passado, e isso já era previsto. Então, apostei em feiras aqui (no Rio Grande do Sul), para divulgação da rede hoteleira – conta Ivone.
Segundo a empresária, parte da rede hoteleira não conseguiu preencher essa queda de 60% no número de argentinos com os turistas do Brasil. Em um dos hotéis mais procurados de Capão da Canoa, dos 11 ônibus com argentinos que chegam em todas as temporadas, apenas três vieram. Representa redução de 72%.
O Secovi, entidade que representa as imobiliárias, não tem estimativa. O delegado da entidade no Litoral e presidente da Associação das Imobiliárias e Corretores de Imóveis de Tramandaí e Imbé, Marcelo Callegaro, garante, no entanto, que a redução nos aluguéis para temporada pelos argentinos é considerável:
– Estamos vendo poucos aluguéis para argentinos. A Argentina está em crise. Esse é o motivo.